Os apelos da Secretaria Estadual de Saúde não adiantaram. Em Campo Grande, a população enche os postos em busca da vacina contra a febre amarela. No bairro São Francisco, a aposentada Edna de Pauli chegou a entrar na fila, mas desistiu diante de 30 pessoas que chegaram antes. "A fila esta grande e ainda ia ter de fazer o cadastro no posto. Vou ter de voltar depois", reclama.
Nos últimos dois dias, uma quantidade extra de 15 mil doses da vacina foi repassada pelo Estado para atendimento na capital, informa o diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Eugênio de Barros. "A mÃdia coloca no ar casos de outros estados, que são apenas suspeitas, e logo os postos lotam. à sempre assim", reclama o diretor. No estoque estadual ainda estão 195 mil doses e "por segurança outras 50 mil foram solicitadas ao Ministério da Saúde", informa Eugênio de Barros.
Desde segunda-feira (7) o movimento dobrou na unidade do Nova Bahia. Segundo a coordenadora da Unidade Básica de Saúde, Lucimara Martins, apenas hoje pela manhã foram vacinadas 68 pessoas contra febre amarela. Quem não tem cadastro nos postos de saúde, precisa levar documentos pessoais para fazer o registro no sistema de controle do MunicÃpio. "Tem fila na recepção, na sala da vacina. As pessoas têm de ter paciência porque a procura é grande", avisa Lucimara.
A espera nos postos tem feito muita gente recorrer a clÃnicas particulares. Na manhã de hoje (10) cerca de 12 pessoas procuraram a vacinação no Hospital da Criança, por exemplo, mas não foram atendidas porque só a rede pública é habilitada a oferecer essa vacina. No aeroporto, local em que por anos a vacina era oferecida por causa dos viajantes, o serviço não é feito há 6 meses. No sábado será montado um ponto especial na esquina. das ruas 14 de Julho com Barão do Rio Branco, das oito da manhã à s duas da tarde. Em dias normais, os horários de atendimento nos postos para vacinação continuam inalterados, das 7 à s 11 horas, e das 13 à s 17.
Fronteira - A Secretaria Estadual de Saúde recebeu pedido de 5 mil doses da prefeitura de Ponta Porã, mas por conta do crescimento na procura pela vacina de pessoas que vivem no Paraguai. Segundo o enfermeiro Alberto Wider, que substitui o secretário municipal de Saúde durante as férias, os paraguaios não tinham a vacinação gratuita em anos anteriores. "Agora o Paraguai oferece a imunização de graça, mas eles parecem confiar mais na rede de atendimento brasileira", avalia Alberto.