Cientistas franceses estão surpresos com a situação de um homem que leva uma vida normal apesar de ter um cérebro incrivelmente pequeno. O fato é possivelmente ocasionado pelo aparecimento de um espesso fluÃdo em uma câmara craniana. A descoberta foi publicada na revista cientÃfica The Lancet, informou hoje o site da NewScientist.
Imagens obtidas por ressonância magnética mostraram que o tecido cerebral ocupa apenas um espaço tão fino quanto uma folha de papel. "à difÃcil dizer qual a exata porcentagem de redução do cérebro, mas, visualmente, é possivel afirmar que há uma redução de entre 50% e 75% em relação ao tamanho normal, disse Lionel Feuillet, neurologista da Mediterranean University, localizada em Marselha, na França.
O homem, que tem 44 anos, é casado e tem dois filhos, foi ao hospital depois de sentir uma leve fraqueza na perna esquerda. Quando seu histórico foi verificado, a equipe médica descobriu que, durante a infância, ele foi submetido a um procedimento para drenar água no cérebro. Quando realizaram uma tomografia computadorizada e uma ressonância magnética, os médicos ficaram surpresos ao ver uma grande dilatação dos ventrÃculos laterais - usualmente pequenas câmaras que guardam o fluÃdo que protege o cérebro.
Testes de QI realizados no homem deram 75, resultado bem inferior à média 100. No entanto, ele não foi classificado como portador de algum tipo de retardado mental. "O que eu achei fantástico foi como o cérebro consegue lidar com algo completamente incompatÃvel com a vida", comentou Max Muenke, médico especialista em danos cérebrais do Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano.