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Cientistas conseguem cultivar cogumelos comestíveis da Amazônia em laboratório


Ideia é aproveitar resíduos madeireiros para a cultura de fungos.
Produção deve ser incentivada como fonte de renda no norte do país.
Algumas espécies de fungos comestíveis, comuns na culinária oriental, são nativas da floresta amazônica. O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estuda formas de aproveitar resíduos madeireiros e agroindustriais para incentivar o cultivo desses cogumelos no norte do país. Os pesquisadores do Inpa já desenvolveram técnicas para cultivar em laboratório duas espécies: Lentinus strigosus e Pleurotus ostreatus.


A ideia foi da pesquisadora Ceci Sales-Campos, que estudava formas de preservar a vida útil da madeira, evitando a decomposição por fungos. Em 2002, ela decidiu fazer o caminho inverso e passou a estudar como esses decompositores poderiam ser aproveitados comercialmente. Em função desse estudo, em 2008, foi inaugurado o laboratório de cultivo de cogumelos comestíveis, no Inpa. Os fungos comestíveis encontrados na Amazônia foram retirados da natureza e submetidos a um processo de domesticação, para sobreviver em laboratório. Os pesquisadores cultivam o cogumelo em substratos de serragem ou resíduos agroindustriais, como o bagaço da cana.
"Precisamos incentivar o cultivo na região Norte, para mostrar o que temos na Amazônia. Em Manaus existe mercado para esses fungos, mas a população asiática que vive aqui compra os cogumelos do sul do país, sendo que nós temos o produto perto de casa", diz.



No mundo inteiro, estima-se que existam cerca de 2 mil espécies de cogumelos comestíveis, mas apenas 25 são conhecidas e cultivadas. O Pleurotus ostreatus, pesquisado pelo Inpa, cresce em regiões de clima tropical, como a Amazônia, e em alguns países da Europa e da Ásia. Ele é popularmente chamado de shimeji, hiratake ou cogumelo ostra. Já o Lentinous strigosus ainda é pouco conhecido no Brasil e é mais comum na China e na Índia.

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