Carlos Coimbra é o atual diretor do HC. / ALMS
Vários contratos para aquisição de equipamentos, de medicamentos e de contratação de funcionários estavam sendo feitos sem a avaliação do Conselho Curador do Hospital do Câncer. A revelação é do diretor-presidente do Hospital do Câncer de Campo Grande, Carlos Alberto Moraes Coimbra, que foi ouvido hoje (1°) pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa.
Segundo Carlos Alberto Moraes Coimbra, um dos casos mais graves ocorreu em 2008, quando foi adquirido pela antiga gestão do Hospital do Câncer, na época de responsabilidade do médico Adalberto Siufi, um aparelho de braquiterapia no valor de R$ 500 mil sem a autorização do Conselho Curador. ?Houve a compra do equipamento e em seguida o pedido de licença a Adalberto Siufi para ceder o braquiterapia à clínica Neorad. Foi alegado que para o aparelho funcionar no Hospital do Câncer seria necessário a construção de uma sala no valor de R$ 100 mil?, explicou.
Conforme Carlos Alberto Moraes Coimbra, que na época presidia o Conselho Curador, ele aceitou o empréstimo do equipamento, desde que houvesse a aprovação do Ministério Público Estadual. ?O MPE deu parecer contrário ao empréstimo do braquiterapia. A orientação era de que fosse feito um convênio para a construção da sala para abrigar o equipamento no Hospital do Câncer?, destacou.
Além disso, Carlos Alberto Moraes Coimbra, falou que o médico Adalberto Siufi empregava amigos, familiares, sócios e prestadores de serviços no Hospital do Câncer. ?O Conselho Curador não tinha voz, pois vivia numa total submissão. Quem mandava no hospital era a diretoria executiva, presidida por Adalberto Siufi. Infelizmente não existia uma medida proibindo a contratação de familiares. Houve caso em que um médico que trabalhava no hospital e tinha um laboratório que prestava serviço na unidade?, comentou.
Carlos Alberto Moraes Coimbra disse que fez denúncias ao Ministério Público Estadual sobre as irregularidades e a partir desse momento promotores passaram a acompanhar as reuniões do Conselho Curador. ?As irregularidades começaram a ser resolvidas com a chegada do MPE. Muitos conselheiros perceberam o papel dos promotores e decidiram se afastar do hospital?, explicou.