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Fauna Pantaneira

Cresce tráfico de papagaios em MS: número salta de 431 para 1.045

Dados foram divulgados pela Polícia Militar Ambiental (PMA) que junto com o Ibama faz operação para combater o crime no estado.

Filhotes da espécie verdadeira, o Amazona aestiva, foram capturados pela PMA. / Divulgação/PMA

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Militar Ambiental (PMA) fizeram uma operação em Mato Grosso do Sul contra o tráfico do papagaio verdadeiro, o Amazona aestiva. As aves são retiradas dos ninhos ainda filhotes para serem vendidas. Muitas não resistem às más condições e morrem.

Na operação, os policiais e agentes do Ibama param os motoristas nas estradas do estado. Revistam os carros. Essa é a época de reprodução das aves e o papagaio verdadeiro está entre as espécies mais traficadas do Brasil.

“Geralmente eles contratam algumas pessoas para fazer essa captura durante à noite ou no entardecer e após juntarem uma quantidade suficiente vem o atravessador, pega os animais e leva para outro ponto”, explica o tenente Ismael Frais, da PMA.

Os traficantes abrem fendas na madeira, improvisam até escadas e em alguns casos chegam a derrubar o tronco da palmeira onde os papagaios fazem os ninhos. Isso prejudica até mesmo a reprodução do ano seguinte, já que essas aves sempre volta para o o mesmo local para fazer o ninho.

Em 2018, 431 filhos de papagaios foram apreendidos em Mato Grosso do Sul. Neste ano, na parcial até novembro, já são 1.045, um aumento de 142%.

A pesquisadora Gláucia Seixas, que estuda a espécie há 30 anos afirma que 85% dos 300 ninhos monitorados em seu estudo já foram alvos dos traficantes. “Se não fizermos nadas em relação ao combate ao tráfico em Mato Grosso do Sul vamos ter esses animais entrando em uma lista de ameaçados de extinção”.

Somente em uma propriedade rural do estado a pesquisadora aponta que os traficantes fizeram um arrastão. Mais de 30 ninhos foram destruídos.

Quem retira uma ave dessas da natureza responde da mesma forma que a pessoa que cria o animal em casa. A pena é de seis meses a um ano de prisão e multa que vai até R$ 5 mil por animal.

Além de fiscalizar as áreas de risco, o Ibama distribui folhetos explicativos com o objetivo de conscientizar a população.

“Em alguns casos a pessoa tem duas, às vezes três reincidências. Isso denota que as punições não estão sendo suficientes para dissuadir esse pessoal, para fazer com que eles abandonem esse comportamento”, explica o analista ambiental do Ibama, Michel Lopes Machado.

Segundo a PMA, o transporte dos filhos é tão cruel quanto a coleta. Em uma caixa de papelão no meio do mato os policiais encontraram seis deles sem água ou comida. Um outro grupo de papagaios foi encontrado em um carro. Amontados em caixas de madeira, poucos sobrevivem.

“Enquanto as pessoas estiverem comprando esses traficantes vão ser incentivados a retirar esses animais da natureza para vender. De cada dez animais retirados da natureza apenas um chega vivo até o consumidor final”, comenta o tenente-coronel Ednilson Queiroz, da PMA.

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