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Desmatamento na Amazônia caiu 25% em um ano, diz governo

Um grupo interministerial anunciou nesta sexta-feira que entre agosto de 2005 e julho de 2006 a Amazônia teve devastados 14.039 quilômetros de floresta. A área, equivalente a cerca da metade do Estado de Alagoas, supera a estimativa divulgada em outubro pelo governo, de 13.100 quilômetros quadrados.

Apesar de ficar acima do previsto, houve uma redução de 25,3% do total desmatado. No período de um ano entre 2004 e 2005, 18.790 quilômetros quadrados de floresta foram devastados.


A divulgação dos dados foi comemorada pela a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. "É uma grande conquista para a sociedade brasileira. Reflete uma nova diretriz ambiental", disse a ministra, em entrevista coletiva em Brasília.


O presidente do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), Gilberto Câmara, também comemorou o dado, lembrando que é a segunda redução consecutiva. "Isso mostra que antes havia uma tendência de crescimento e que agora está caindo significativamente", comentou.


Câmara anunciou para setembro o lançamento de um novo satélite brasileiro de monitoramento e informou que está em implantação o terceiro sistema de acompanhamento na região, o Detex, que mapeará também a extração seletiva de madeira. "A Science [uma das principais publicações científicas] diz que o modelo brasileiro é a inveja do mundo", disse.


ESTADOS QUE MAIS DESMATAM
Pará, Mato Grosso e Rondônia
- 80% do desmatamento na Amazônia Legal* se concentra nos três Estados acima
- O Amazonas também registrou aumento na área devastada
*A Amazônia Legal é composta por noves Estados (AC, AM, AP, MA, MT, PA, RO, RR e TO) e parte do PI

Segundo o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco (também presidente interino do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), três estados concentraram 80% (quatro quintos) do desmatamento: Pará, Mato Grosso e Rondônia. Desses, apenas no último houve crescimento, informou. O outro estado, dos nove da Amazônia Legal, onde a área derrubada cresceu foi o Amazonas.


Capobianco estima que a queda de agosto de 2006 a agosto de 2007 será de outros 30%. Ele chegou a esta conclusão a partir de dados do Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real). O sistema analisa imagens da Amazônia quase em tempo real, o que permite fazer projeções de desmatamento.


O dado apontado pelo Deter é que a área desmatada ficou em 4.820 quilômetros quadrados entre 2006-2007, contra os 10.010 registrados entre 2005-2006. Como o sistema tem uma resolução reduzida, não computa desmatamentos menores a 50 hectares - por isso, não é possível fazer uma comparação direta com o sistema de imagens do Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), origem dos dados oficiais.


Contudo, o grupo interministerial apresentou uma estimativa com base na comparação entre os dois sistemas no ano anterior. A estimativa é que haja uma redução de 30% e o número do desmatamento do Prodes, a ser conslidado no próximo ano, possa ficar em 9.600 quilômetros quadrados. A margem de erro é de 10% para mais ou para menos. Segundo o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, o dado significa uma "estimativa conservadora".

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