Ao contrário do que se acreditava até agora, os dinossauros não viveram sob condições meteorológicas parecidas com as do efeito estufa, pois durante os perÃodos jurássico e cretáceo na Terra também houve ondas de frio.
As conclusões estão em um estudo de analistas das universidades de Sheffield (Reino Unido) e Yale (Estados Unidos), publicado na última edição da revista "Nature Geoscience", que refuta a teoria de que a Terra era uma imensa estufa naquela época.
Os cientistas estudaram fósseis de plantas hepáticas que tinham sido recolhidos em doze lugares de cinco continentes e que datam de perÃodos pré-históricos com até 150 milhões de anos de diferença entre si.
Com estes dados, os pesquisadores puderam ter uma idéia clara do clima no perÃodo mesozóico, perÃodo que começou há 225 milhões de anos e terminou há 65 milhões de anos, e no começo do cenozóico, que se estende desde então até os dias de hoje.
A descoberta se baseia no papel que o CO2 desempenha na atmosfera e sobre o clima do planeta, acarretando o efeito estufa.
Os especialistas de Yale e Sheffield descobriram traços de ondas de frio nos fósseis analisados, algo que não se encaixa com as estimativas dos elevados nÃveis de dióxido de carbono na atmosfera da época que foram realizadas até agora.
Conscientes de que quanto maior a concentração de CO2 mais calor, os cientistas revisaram as estimativas anteriores e elaboraram novas nas quais se mostram maiores variações nos nÃveis de dióxido de carbono e temperaturas mais baixas.
"As evidências das ondas de frio ocorridas no clima dos geralmente quentes perÃodos Jurássico e Cretáceo (ambos no Mesozóico) põem em xeque a teoria sobre um Mesozóico de elevados nÃveis de CO2", explicam os especialistas na revista.
Segundo os pesquisadores, estas reduções de temperatura se deviam a processos naturais de redução das concentrações de dióxido de carbono na atmosfera.