Uma pesquisa israelense descobriu que um único gene pode ser a explicação do fato de algumas pessoas serem mais sensÃveis ao cheiro de suor enquanto outras parecem não notar o odor.
Os pesquisadores do Instituto Weizman descobriram que pessoas que têm pelo menos uma versão do gene chamado OR11H7P funcionando normalmente têm hipersensibilidade a este cheiro.
O estudo, publicado na revista especializada PLoS Biology, descobriu que as mulheres são um pouco mais sensÃveis a muitos tipos de cheiros do que os homens.
Além disso, os pesquisadores descobriram que fatores sociais, além dos genes, também são importantes para o olfato.
Milhares de odores
O olfato geralmente fica em segundo plano, quando comparado a outros sentidos humanos. Mas os humanos podem perceber até 10 mil odores diferentes.
Como no caso dos camundongos, humanos têm cerca de mil genes diferentes apenas para os receptores de cheiros do sistema olfativo.
Cerca de metade destes genes ficaram inativos nos últimos milhões de anos. Alguns destes genes são "quebrados" em todas as pessoas, e outros ainda funcionam em outros grupos de pessoas.
Os pesquisadores de Israel pediram que 377 voluntários cheirassem várias concentrações de compostos quÃmicos, com odores de banana, eucalipto, hortelã e suor.
Então, eles compararam a habilidade dos voluntários de detectar cada cheiro.
Um gene, o OR11H7P, parecia estar associado com a capacidade de sentir cheiro de suor.
Quando os voluntários tinham dois genes com mutações, eles tinham mais probabilidade de serem insensÃveis ao cheiro. Os que tinham hipersensibilidade ao cheiro, tinham pelo menos um gene intacto.
"(O gene) OR11H7P é, provavelmente, parte de uma história que pode envolver outros genes", disse o pesquisador chefe Doron Lancet.
Para o médico britânico Mark Whiteley, um cirurgião que trata pessoas que sofrem com o excesso de transpiração, a pesquisa é interessante.
"Durante anos os pesquisadores tentam descobrir a base da atração - e da falta de atração - entre humanos. Apesar de os feromônios (cheiros baseados em compostos quÃmicos produzidos naturalmente por seres vivos) serem compreendidos no mundo dos insetos, o papel destes quÃmicos no mundo humano é mais complexo", disse.