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A frase "efeito Mozart" logo traz à mente a imagem de uma mulher grávida que, segurando fones de ouvido sobre a barriga, está convencida de que fazer com que seu bebê escute música clássica o tornará mais inteligente. Mas há uma base científica para essa idéia, que alimenta toda uma indústria de livros, CDs e vídeos?


Um pequeno estudo publicado na revista "Nature" em 1993 apresentou sem querer o suposto efeito Mozart para as massas. A pesquisa da psicóloga Frances Rauscher contou com 36 alunos de faculdade que, por dez minutos, ouviram a sonata em Ré maior de Mozart, uma faixa de música para relaxamento ou ficaram em silêncio, antes de realizarem tarefas de raciocínio espacial. Em um dos testes - determinar a aparência de um papel dobrado várias vezes e então cortado, quando desdobrado novamente -, os alunos que tinham ouvido Mozart tiveram um desempenho significativamente melhor (de 8 a 9 pontos de Q.I.).


Rauscher - cujo trabalho, ao contrário da maioria dos cientistas, às vezes é listado nas caixas dos CDs - ainda não sabe como o efeito da música clássica deixou de ser resultado de uma simples tarefa para ser estendido à inteligência em geral, nem como passou a ser atribuído a crianças (fetos). "Acho que os pais estão muito desesperados para tornar os filhos melhores", ela suspeita.

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