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Hollywodd vai filmar história de menino sul-africano que nasceu soropositivo

Hollywood quer imortalizar a história de Nkosi Johnson, o órfão sul-africano que nasceu soropositivo e cujas palavras em defesa dos infectados pela Aids emocionaram o mundo e fizeram dele um símbolo da luta contra a doença.


"Não tenham medo de nós. Todos somos iguais", com estas simples palavras, Nkosi emocionou os delegados da Conferência internacional sobre a Aids que aconteceu na cidade sul-africana de Durban em 2000.


Diante das câmeras do mundo inteiro, este menino de 11 anos, já bastante debilitado pela doença que viria a matá-lo no ano seguinte, lembrou que "não se contrai Aids tocando, abraçando, beijando ou pegando na mão de alguém infectado".


Sua bandeira ocupou as primeiras páginas dos jornais e inspirou o livro do jornalista Jim Wooten "We are all the same" (Todos somos iguais), que o roteirista americano Keir Pearson adaptou para o cinema.


"É uma história extraordinária sobre a entrega de alguém. Pode se tornar em um filme muito forte", declarou Pearson à AFP, durante encontro em Johanesburgo com a mãe adotiva de Nkosi, Gail Johnson, incansável militante na luta contra a marginalização dos infectados pela Aids.


"O livro é fantástico, mas eu precisava conhecer o ambiente, dar mais cor, enriquecer o roteiro com detalhes", explicou o roteirista que se tornou conhecido ao filmar "Hotel Ruanda".


O filme deve ser gravado na África do Sul, numa data ainda não definida, com atores majoritariamente locais, mas o elenco profissional já começou a ser formado e o papel da mãe do menino será interpretado pela atriz Naomi Watts, conhecida por sua atuação em "King Kong" e em "O aviso".


"Naomi é uma atriz de um talento surpreendente, que pode interpretar qualquer papel, e ainda colabora com a ONU em várias organizações de luta contra a Aids", declarou à AFP um dos produtores, Scott Nemes, considerando que a muito curta vida de Nkosi deve ser contada num filme "para despertar as coincidências sobre a epidemia na África".


Gail lembra que quando acolheu Nkosi, de dois anos, ela tinha 40, a mesma idade que tem hoje Naomi Watts.


"É surpreendente o extraordinário reconhecimento que este filme representa. Jamais, nem nos sonhos mais loucos, imaginei que conseguiria algo assim. Isto permite que eu me dê conta até que pondo Nkosi pode ter sido uma fonte de inspiração para as pessoas", declarou à AFP.


A história de Nkosi levantou polêmica na África do sul, onde a Aids continua sendo tabu, apesar de afetar 5,5 milhões de pessoas. Mas Gail, que lutou najustiça para matriculá-lo na escola, e depois pelo direito dos soropositivos a tratamentos gratuitos, está pronta para tudo.


"Alguns vão me criticar. A imprensa vai provavelmente me acusar de ter feito dinheiro com o nome do Nkosi, mas desta vez me defenderei", advertiu Gail Johnson.

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