Comemore: você está livre dos saltos por toda a vida - afinal, até hoje, nem os estilistas mais ousados sonharam em criar modelos de sapatos masculinos com o aditivo matador na sola. Festejou? Agora, chega. "Os homens são as maiores vítimas de micoses nos pés", afirma a dermatologista Carla Pecora. "Isso porque eles passam a maior parte do tempo com calçados fechados". Oh, yes: seus pisantes não estão completamente a salvo e, se você quer preservá-los, é melhor tomar alguns cuidados.
Causadas por fungos, as micoses provocam coceira, irritação e podem deixar a pele bem mais sensível. Ardência e dor são mais sensações possíveis. "Os microorganismos se instalam primeiro na unha, que começa a esfarelar. Isso porque ela é composta por queratina, substância digerida por eles", explica a podóloga e coordenadora técnica da Rede Doctor Feet, Cristina Lopes. "Se o problema não for tratado, no entanto, pode evoluir para outras unhas e para a pele".
A transmissão acontece pelo contato com objetos contaminados ou por meio do toque direto com a micose. "Mas só quando a resistência está baixa, por causa de estresse ou má alimentação, por exemplo", completa a podóloga.
Assim como os fungos, os vírus são agentes oportunistas, ou seja, só conseguem te derrubar quando seu sistema imunológico está debilitado. E são eles os responsáveis por um inconveniente que transforma qualquer caminhada num suplício.
A verruga plantar, popularmente conhecida como olho-de-peixe, é causada por uma variação do vírus HPV (o mesmo que, nas mulheres, pode levar ao câncer no colo do útero). Só não confunda: a verruga pode afetar você, também.
O contágio, nesse caso, acontece pela pele - não pela circulação sangüínea. "O vírus coloniza a epiderme e se multiplica junto com as células dessa região", diz a dermatologista da Unifesp. Para tratar a verruga, os especialistas usam ácidos ou cauterizações elétricas. "Em média, seis sessões resolvem o problema", afirma Cristina. Como nas micoses, o contágio acontece por contato direto e em situações de baixa imunidade.
Para evitar tudo isso, a receita é simples: secar bem os pés após o banho (com atenção especial para o espaço entre os dedos), dar preferência às meias de algodão (que absorvem o suor) e passar um talquinho antifúngico a cada troca de calçado.
Unha na carne
Não, você também não está sozinho quando reclama daquela maldita unha encravada. O problema é bastante comum, principalmente em quem fica muito tempo usando calçados sociais - mais duros e apertados, no geral. A dica para evitar o desconforto é dar preferência a modelos com o bico mais arredondado, que não deixem os dedos muitos comprimidos.
"Mas os tênis também podem encravar as unhas. Por isso, é muito importante escolher um modelo adequado à pratica esportiva e num tamanho confortável", afirma Carla Pecora. "Em alguns casos, são formados até hematomas embaixo das unhas e precisamos removê-los no consultório para aliviar a dor do paciente".
Contra o chulé, característica queima-filme de alcance quase irreversível, uma novidade: as palmilhas de fibras naturais. Diferente dos talcos, que empapam a meia de quem transpira demais, esses acessórios sugam o suor e atrapalham a vida dos fungos que insistem em se instalar entre os dedos, provocando a catinga - e as micoses.
Se você ainda não se convenceu, Cristina ainda lembra um bônus dessas palmilhas: meio enrugadinhas, elas passam o dia massageando a sola dos pés.
Por que nascem os calos?
Em forma de bolhas ou casquinhas, os calos surgem graças ao atrito muito forte entre uma região do pé e uma superfície áspera. Trata-se da forma encontrada pela pele de reagir à agressão. A exceção fica por conta dos calos que nascem na sola dos pés, normalmente resultantes de calçados mal escolhidos ou pisadas mal dadas, que forçam certas regiões a suportarem mais peso do que elas deveriam ou estão acostumadas.
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