Ela tem 4 anos e arranca a cabeça das bonecas, faz de conta que os carrinhos explodem e até afogou um ursinho na banheira. Será um problema de agressividade descontrolada?
Esse "jeitinho cruel" de brincar é típico da idade e, embora possa deixar as mães de cabelo em pé, tem um lado saudável. Morte e destruição não possuem para a criança dessa idade o mesmo significado que para os adultos e trucidar o brinquedo pode ser apenas uma forma de aliviar tensões e treinar diferentes papéis.
É normal que tanto os meninos quanto as garotas alternem situações em que são bonzinhos e protetores com os seus brinquedos com outras em que promovem guerras e castigos. De certo modo, estão imitando o que vivenciam. Os exageros ficam por conta da imaginação e da imaturidade dos pequenos que ainda não aprenderam a ceder, dosar emoções e controlar impulsos.
Para o adulto, essas brincadeiras incomodam porque evocam situações de crueldade, maus-tratos e abuso de poder, que racionalmente rejeitamos. A criança não faz esses julgamentos. É sua maneira de refletir e compreender o mundo. Claro que não há uma relação direta entre o grau de agressividade da brincadeira e suas experiências reais. Quando põe a boneca de castigo porque não comeu os legumes, sua filha não está sugerindo que você seja uma megera na hora das refeições. Talvez ela esteja apenas tentando entender e aceitar que existem regras e limites, cujo des cumprimento pode resultar em punições.
Desde que essas atitudes implacáveis estejam alternadas com situações de carinho, não há com que se preocupar. É um bom sinal de que a criança começa a compreender que, na vida, há momentos de frustração e de estímulo, de afeto e de tristeza. Exatamente
como acontece na relação dela com a família, na qual os mesmos pais que lhe impõem limites são também fonte de afeto e de segurança.
Há vezes em que o brinquedo fica destruído na tentativa de descobrir como ele funciona, o que pode aborrecer os adultos. Que nada! Brinquedos são finitos. E, mesmo quando os destroem irremediavelmente, os pequenos tiram uma lição preciosa: a de que estamos ganhando e perdendo coisas o tempo inteiro. Só há motivo para preocupação quando, sem exceção, seu filho assume a posição de algoz ou parece descontrolado ao maltratar o brinquedo. Pode ser um indício de que algo o faz sentir-se oprimido.
Uma dificuldade na escola, um ressentimento por ter perdido os privilégios de bebê ou uma situação conflituosa na família são causas comuns desse tipo de angústia. Uma dose extra de afeto e abertura para acolher os sentimentos do pequeno sempre ajudam. Mas não hesite em buscar o auxílio de um psicoterapeuta caso não consiga encontrar uma explicação para os excessos.
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