A cada três crianças nascidas vivas no país, existe um aborto induzido, aponta o estudo Magnitude do Aborto no Brasil, da Organização Não-Governamental Ipas Brasil.
Embora a incidência do aborto tenha diminuído entre 1992 e 2005, ainda é considerada alta para os padrões de saúde pública. Estima-se quem em 2005 foram feitos mais de um milhão de abortos inseguros no país.
Os dados foram calculados com base no número de internações por aborto registradas pelo Ministério da Saúde e no número de nascimentos estimado pela Taxa Bruta de Natalidade, divulgado pelo IBGE.
"O aborto é amplamente praticado através de meios inadequados que podem causar danos e provocar a morte da mulher", diz o estudo da Ipas Brasil, divulgado no mês passado.
Segundo o Ministério da Saúde, esse é o primeiro levantamento feito no país sobre o número de interrupções voluntárias de gravidez de forma ilegal. O Código Penal brasileiro prevê o aborto apenas em duas situações: estupro e riscos à vida da mulher.
Mortalidade materna
O estudo mostra também que o aborto é uma das principais causas da mortalidade materna. E afirma que as regiões que mais sofrem com o problema são o Norte e o Nordeste.
De acordo com o Ipas, de 2000 a 2004, ocorreram 697 mortes em conseqüência de gravidez que termina em aborto, principalmente de mulheres com idade entre 20 e 29 anos (323 óbitos no período).
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