A polícia de Orissa, no leste da Índia, encontrou 30 sacos cheios de partes de corpos de fetos femininos e de meninas recém-nascidas jogados em um depósito de lixo perto de uma clínica de maternidade particular a 90 km da capital do Estado, Bhubaneswar.
A maioria dos restos, descobertos no domingo, era de crânios e ossos, que foram escondidos em sacos e despejados no depósito de lixo.
O proprietário e o gerente da clínica foram presos e os policiais investigam a possibilidade de se tratar de um caso de feticídio organizado por uma rede criminosa.
Os policiais decidiram vasculhar o local depois de encontrarem sete fetos, também colocados em sacos plásticos, jogados numa vila vizinha há cerca de uma semana.
Eles dizem que ainda não é possível dizer quantos corpos foram encontrados nos sacos. "Nós não podemos dar números. Temos de esperar pelos detalhes da investigação", disse o inspetor-geral da polícia de Orissa, BK Sharma.
10 milhões
Se a suspeita de aborto forçado de meninas se confirmar, este não será o primeiro caso do gênero na Índia.
O correspondente da BBC em Nova Déli Jyotsna Singh informa que uma estimativa extra-oficial indica que até 10 milhões de fetos de meninas podem ter sido abortadas na Índia nas últimas duas décadas.
A preferência por filhos homens é muito difundida na sociedade indiana e, apesar da existência de leis que banem exames pré-natais para determinar o sexo, abortos forçados de fetos femininos não são raros no país.
No ano passado, um médico e seu assistente foram presos em Haryana, no norte da Índia, por revelar o sexo do feto e concordar em fazer o aborto quando descobriram que se tratava de uma menina.
Foi a primeira vez na Índia que um médico foi punido por deliberadamente identificar o sexo de um bebê e matá-lo em função disso.
O aborto seletivo foi banido na Índia em 1994.
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