Nesta segunda-feira (1º/10), mais de 18 milhões de brasileiros serão reverenciados pelo Dia Internacional do Idoso - um número que, graças ao aumento da expectativa de vida, tende a crescer nos próximos anos, podendo representar 13% da população do Brasil em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geometria e Estatística (IBGE). No entanto, viver mais pode não significar viver melhor. E, neste cenário, o comprometimento da saúde bucal pode prejudicar o envelhecimento.
O último Levantamento das Condições de Saúde Bucal da População Brasileira, realizado pelo Ministério da Saúde com a colaboração da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) entre 2002 e 2003, concluiu que o brasileiro com mais de 60 anos de idade já extraiu, em média, 26 dentes, sendo que três em cada quatro idosos não possuem nenhum dente funcional.
Antes da velhice
Para o odontogeriatra Dalton Costa, doutorando em Periodontia com Ênfase em Envelhecimento pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e consultor da ABO, o caminho para tratar dos idosos começa bem antes de a velhice chegar. Ele alerta que os problemas, que vão além da falta de dentes - ainda segundo o levantamento, menos de 8% dos idosos apresentam saúde periodontal. Eles evidenciam falta de cuidado com a saúde bucal no decorrer da vida.
"Além de uma conseqüência do fato de muitos idosos nunca terem ido a um consultório odontológico, os problemas são agravados pela falta de cuidados especiais no atendimento a pessoas com mais de 60 anos", completa. Para se chegar à terceira idade com dentes saudáveis, são necessários cuidados constantes na infância, juventude e maturidade.
"A higienização diária e a visita regular ao cirurgião-dentista são fundamentais para a manutenção da saúde bucal. No consultório, a higienização é mais profunda, evitando doenças orais crônicas muito comuns nos idosos, como cáries de raiz, xerostomia (boca seca), bruxismo, lesões da mucosa oral, câncer oral, doenças periodontais", explica Dalton Costa.
O odontogeriatra alerta que a saúde bucal dos mais velhos deve muito aos hábitos cultivados no decorrer da vida, inclusive os alimentares. "Para chegar à terceira idade com dentes saudáveis é preciso praticar uma dieta à base de carnes, frutas, verduras, legumes, cereais e fibras, evitando-se doces e refrigerantes", aconselha.
O odontogeriatra explica que, a partir dos 40 anos de idade, o ser humano adquire, normalmente, uma doença crônica degenerativa a cada década. "Estas doenças, como osteoporose, diabetes e cardiopatias, influem diretamente no tratamento odontológico e precisam ser levadas em consideração. Além disso, uma série de técnicas do tratamento odontológico precisa ser adaptada ao idoso, que tem mucosas mais sensíveis e finas, menor percepção de sabores, menos saliva e outras especificidades".
Hidratação e higiene
Os cuidados com a saúde bucal do idoso em casa também precisam passar por adaptações. "Para evitar a desidratação da boca e diminuir a concentração de bactérias, é importante beber água durante todo o dia. Além disso, para evitar que os lábios fiquem ressecados, pode-se usar manteiga de cacau", orienta Costa.
O odontogeriatra chama a atenção para cuidados especiais que devem ser tomados com usuários de prótese dentária. "A prótese precisa ser retirada após cada refeição para higienização fora da boca. Antes da colocação, a cavidade oral também deve ser higienizada", explica. "Quem não tem dentes deve utilizar gaze ou algodão embebido em água para a limpeza das mucosas, que deve ser feita após cada refeição e antes de dormir".
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