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Uma nova técnica pode aliviar a vida de milhões

A cada inverno, a baixa umidade do ar, a poluição atmosférica e as variações de temperatura levam uma legião de sofredores aos hospitais. O nariz inchado e vermelho denuncia uma das queixas mais comuns: sinusite. Ela é causada por bactérias, vírus, inflamação alérgica ou por poluentes. A mucosa da região nasal aumenta de volume e obstrui a comunicação entre os canais do nariz. O canal interrompido favorece a proliferação de germes e fungos na região.


Quando os sintomas duram mais de três meses, a doença pode se tornar crônica. Surgem congestão nasal, secreção com pus, redução do olfato, dor e sensação de peso no rosto. A maioria dos casos pode ser tratada com remédios - em geral, antibióticos e antiinflamatórios. Algumas pessoas, no entanto, só encontram alívio depois de uma operação para extrair o excesso de tecido da área nasal. A cirurgia-padrão é considerada agressiva. Chega a durar quatro horas e custa R$ 5 mil. Raramente ocorrem complicações, mas elas podem ser graves, como hemorragia ou até cegueira.


Uma nova técnica, chamada de sinuplastia, promete ser menos agressiva que a cirurgia convencional e mais eficaz que os remédios. Desenvolvida por pesquisadores da Universidade Stanford, ela foi inspirada na técnica usada para desobstruir artérias (angioplastia).


Por meio de um cateter (veja a ilustração abaixo), o cirurgião insere um balão flexível até a entrada do seio da face, a região próxima ao nariz. Ao ser expandido, ele restaura a drenagem adequada. Sem cortes ou sangramento, a aplicação em cada seio nasal leva cerca de dez minutos. Os pacientes voltam para casa no mesmo dia. Outra vantagem é o preço: US$ 1.200, menos da metade da cirurgia convencional.


Especialistas americanos consideram que esse é o maior avanço na área dos últimos 15 anos. "Há menos trauma para o tecido e menos cicatrizes", diz o médico Christopher Garvey, da Clínica Mayo, na Flórida. A sinuplastia não será indicada para todos os pacientes. "O método é racional e inteligente. Mas é uma alternativa para casos específicos", diz Otávio Piltcher, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Quem tem graves obstruções e desvio no nariz não deve se beneficiar da técnica.


Apesar do otimismo, a sinuplastia ainda precisa mostrar resultados consistentes em estudos de longo prazo. "Precisamos esperar mais cinco anos para comprovar os benefícios", diz o pesquisador Gustavo Pifaia, da Universidade Federal de São Paulo. Nos Estados Unidos, a satisfação dos pacientes é de 90% um ano após o tratamento. No Brasil, não há notícia de paciente que tenha experimentado a sinuplastia. Considerando a rapidez com que as informações médicas são difundidas, não deve demorar muito para a novidade chegar ao país.

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