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Policial

Dono de academia morto em assalto é enterrado em São Paulo

Empresário foi morto por assaltantes que roubaram moto e fugiram. Na capital, roubos seguidos de mortes subiram mais de 80% no trimestre.

Mãe pediu que imprensa continue acompanhando as investigações / Kleber Tomaz / G1

O corpo de Fernando Guerreiro Abdalla, dono de uma academia na Zona Norte de São Paulo, foi enterrado pouco antes das 11h desta quinta-feira (2) no Cemitério de Congonhas, na Zona Sul. Sobre o caixão foi colocada uma bandeira do São Paulo Futebol Clube. O empresário foi morto durante um assalto, na noite desta terça (30). Os criminosos levaram a moto da vítima.
Abdalla foi morto com um tiro em frente à sua academia, a Alto Astral, na Vila Brasilândia. Dois homens que estavam numa motocicleta e usavam capacetes fugiram com o veículo da vítima. Segundo testemunhas, o empresário, de 29 anos, não teria reagido ao assalto. Ele era casado e tinha dois filhos.
A mãe de Fernando, Josefa Aparecida Abdalla, e a viúva, a administradora Cristiane da Cruz Abadalla, pediram que as investigações prossigam e que os criminosos sejam presos. "Vocês [imprensa] continuem lutando para pegar quem matou meu filho para não ter mais mães sofrendo como estou sofrendo e continuem lutando para colocar este assassino no lugar dele", disse a mãe. Ela estava em uma cadeira de rodas, recuperando-se de uma cirurgia.
"Espero que a gente consiga pegar as pessoas que fizeram isso, não termos mais que passar por essa situação", disse Cristiane.
O caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte) no 72º Distrito Policial, na Vila Penteado. Até agora, nenhum criminoso havia sido identificado ou preso. A Yamaha Ténéré XTZ 250 cc, avaliada em cerca de R$ 13,5 mil, e levada pelos assaltantes, também não foi localizada. A Polícia Civil procura câmeras de segurança na região onde ocorreu o crime, na Estrada do Sabão, Vila Brasilândia, região da Freguesia do Ó.
Omissão
Cristiane, de 31 anos, mulher do empresário, chegou a acusar policiais militares e policiais civis de omissão. Na quarta-feira (1º), ela havia dito ao G1 que a moto do marido era visada por assaltantes desde janeiro, quando ele foi vítima de uma tentativa de roubo. Apesar disso, a Polícia Militar não perseguiu os suspeitos, e a Polícia Civil deixou de registrar a ocorrência naquela ocasião.
?Talvez nada disso teria acontecido se tivessem dado atenção ao meu marido e ido atrás dos bandidos ou feito a queixa. Fernando poderia estar vivo e os criminosos, presos. Acho que quem matou o meu marido deve ser o mesmo grupo que tentou roubá-lo em janeiro. Se não for o mesmo, deve ter ligação com o bando?, lamentou a viúva.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que é obrigação de todos os policiais registrar fatos criminosos. A pasta também sugeriu à mulher que ela tente identificar quais foram as autoridades que, há quatro meses, não deram atenção à denúncia de Fernando. O policial que deixa de prestar serviço ao cidadão pode ser punido administrativamente. O 45º DP, Vila Brasilândia, que não havia registrado a queixa de tentativa de assalto em janeiro, foi incumbido, desta vez, de investigar agora o latrocínio envolvendo Fernando.
Sonho
Cristiane contou que a academia era um sonho dela e de Fernando que estava sendo realizado depois de outra tragédia familiar. ?Há seis anos, o irmão dele havia sido assassinado num assalto?. Sérgio Abdalla tinha 26 anos quando foi morto.
Alunos de Fernando contaram à equipe de reportagem que a própria academia já tinha sido alvo de ladrões há dois anos.
No 72º DP, policiais civis aceitaram falar sob a condição de anonimato. Segundo eles, Fernando estava se separando de Cristiane, estaria dormindo na academia, e no dia em que foi morto foi pegar roupas dele na residência da mulher.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia, um dos alunos viu o momento em que os assaltantes abordaram o empresário na frente da academia. Segundo a testemunha, que também é policial militar, ele viu Fernando com as duas mãos para o alto e os criminosos usando capacetes e apontando as armas para a vítima.
Segundo o PM, a dupla estava numa motocicleta e queria a Ténéré de Fernando. Em seguida, quando retornou ao estabelecimento, ouviu um disparo e viu o professor caído. Os bandidos fugiram nas duas motocicletas: a que usavam e a do dono da academia.
Dados da SSP mostram que os latrocínios na cidade de São Paulo saltaram de 22 casos no primeiro trimestre do ano passado para 40 no mesmo período de 2013, o que representa uma alta de 81,8%.

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