Bandidos ligados a facções de Rio, de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, associados ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, estão planejando uma nova onda de ataques e rebeliões para levar terror aos quatro estados brasileiros. O objetivo seria responder à s ações da PolÃcia Federal que levaram, na semana passada, 12 integrantes da quadrilha de Beira-Mar à prisão.
A movimentação dos traficantes foi detectada pelo Setor de Inteligência da PF no presÃdio federal de Catanduvas, no Paraná, esta semana. A informação levou a PF a pôr de prontidão o COT (Comando de Operações Táticas), em BrasÃlia. Segundo a PF, os traficantes começaram a se articular entre segunda-feira e a tarde de ontem.
Chefiados por Beira-Mar, os criminosos teriam criado uma cooperativa, chamada "Partidão". A organização gerencia os negócios do tráfico das principais facções de Rio, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Com o desencadeamento da Operação Fênix e as prisões nos quatro estados, os chefes das quadrilhas que cumprem pena decidiram iniciar rebeliões e ataques.
A onda de terror começaria pelo Paraná, no presÃdio federal da Catanduvas, mas se alastraria pelos morros e presÃdios do paÃs - informou um policial federal. A PF pediu ontem a prisão preventiva de mais quatro integrantes da quadrilha de BeiraMar: Elisabete Meneguele, Marcela de Brito Barradas, Rosimere Batista de Freitas e Rubens Outeiro Pinto. Este último é considerado uma espécie de braço de uma facção criminosa de São Paulo no bando de Beira-Mar.
No Rio, o presidente da escola de samba Mangueira, Percival Pires, confirmou ontem, que participou do churrasco de comemoração do casamento de Beira-Mar e Jacqueline Alcântara de Moraes, realizado na Barra, em outubro. Beira-Mar não estava na festa porque está preso. Percival disse que recebeu R$ 2.500 pela participação.
Também confirmou que homenageou o casal com um diploma. Percival negou, no entanto, que soubesse da atuação de Jacqueline na quadrilha: "A Jacqueline é mangueirense e freqüenta a escola. Até aquele momento, para mim, ela era uma pessoa idônea. Ela nos convidou para tocar na festa, e a escola foi. Tocar em casamentos é uma prática nossa e sempre damos uma placa em homenagem aos noivos."
Percival disse que Jacqueline e Beira-Mar nunca colaboraram financeiramente com a escola. Já o advogado Nélio Andrade afirmou que a mulher de Beira-Mar doou 50 cestas básicas à escola, no fim de 2006. Sobre o fato de policiais federais terem visto o traficante Marcelo Leandro da Silva num ensaio da escola, Percival afirma não conhecer o criminoso. Marcelinho Niterói, como é conhecido, é acusado pela PF de ser o elo entre Beira-Mar e o tráfico na Mangueira.