O traficante brasileiro Roque Irala Brites Júnior, 29 anos, morador na cidade de Ponta Porã (MS) e que era co-piloto do avião que foi abatido na BolÃvia com 124 quilos de cocaÃna, não resistiu aos ferimentos e morreu no inÃcio da noite de ontem no Hospital San Juan de Dios, em Santa Cruz da La Sierra. Agora, a PolÃcia anti-drogas da BolÃvia está atrás do terceiro ocupante da aeronave que conseguiu fugir logo após a queda.
O corpo do piloto que morreu queimado será enterrado hoje em uma vala comum em Santa Cruz de La Sierra, já que até agora não foi reconhecido, entretanto, segundo informações dos agentes bolivianos, é possÃvel que ele também seja de nacionalidade brasileira.
O monomotor, que foi abatido a tiros pela força de combate ao tráfico da BolÃvia na segunda-feira, carregava pelo menos 124 quilos de cocaÃna e era tripulado por três pessoas. A operação aconteceu no distrito de Santa Cruz, região em que os traficantes costumam usar qualquer clareira ou planÃcie como pista de aterrissagem.
O piloto morreu carbonizado e o co-piloto sofreu queimaduras de segundo grau em 75% do corpo. Presumia-se que os tripulantes fossem brasileiros que moravam no Paraguai. Os cúmplices deles teriam fugido com a chegada da PolÃcia. Foi a primeira vez em pelo menos 20 anos que as autoridades bolivianas registram o abate de um avião carregado de cocaÃna.
O promotor de Justiça Joadel Bravo disse que o incidente aconteceu em uma pista improvisada em meio a uma plantação de soja, a cerca de 70 quilômetros da cidade de Santa Cruz. "A aeronave aterrissou, foi carregada com cocaÃna e combustÃvel e se preparava para decolar, quando, nesse momento, os agentes da FELCN (força antidrogas) se identificaram, os traficantes atiraram neles e começou a troca de tiros", disse.
Segundo ele, o Cessna decolou no meio do confronto, mas foi abatido em seguida pelos policiais. Imagens da TV mostraram os restos do avião, que tinha bandeira paraguaia. Segundo várias denúncias da embaixada dos Estados Unidos em La Paz, a produção de cocaÃna aumentou desde que Evo Morales assumiu a Presidência da BolÃvia, em janeiro de 2006.
O governo boliviano nega e afirma que está implementando um programa eficaz de redução do cultivo da folha de coca, em colaboração com os sindicatos de cocaleiros, liderados pelo próprio Morales. A BolÃvia é considerado o terceiro maior produtor de coca e cocaÃna do mundo, depois de Colômbia e Peru.