Novo concurso para PM supreende e revolta ex-candidatos

O anúncio de novo concurso para contratação de 1,3 mil policiais em Mato Grosso do Sul trouxe esperança a muitas pessoas e insatisfação para outras. Candidatos que participaram do processo seletivo para soldados da PM (Polícia Militar) afirmam que o concurso realizado em maio de 2006 previa convocação em dois anos e, no entender dos candidatos, estaria válido até 2008.

Desempregado há dois anos, um candidato - que terá o nome preservado - garante que estava em uma lista formada por mais de duas mil pessoas que teriam sido aprovadas no concurso. Segundo ele, na época, os organizadores da prova informaram que seriam chamados apenas 350 aprovados, conforme previa o edital, e que o restante ficaria para a convocação em um prazo de dois anos.

O anúncio do novo concurso desagrada o candidato, uma vez que terá que pagar nova inscrição e passar por mais uma maratona de estudos. "Muitas pessoas, assim como eu, conseguiram o dinheiro para a inscrição com a ajuda de familiares. Sem contar que eu estudei muito", desabafa. O candidato tem uma irmã que está na mesma situação.

De acordo com o tenente-coronel Nelson da Silva, responsável pela organização do novo concurso, todos os aprovados na seleção de 2006 foram chamados. Ele afirma, ainda, que a procuradoria jurídica do Estado foi consultada e confirmou a legalidade do novo processo.

Silva destacou que o edital do processo seletivo anterior previa que 350 candidatos do sexo masculino e 150 do sexo feminino seriam chamados, e aqueles que não fossem convocados estariam eliminados.

Entre as regras havia um item no qual era indicado que, dentro do prazo de validade do concurso, os candidatos considerados aprovados na homologação final e que não fossem convocados para o curso de formação comporiam uma lista de espera. Entretanto, segundo o tenente-coronel, não existe tal lista porque todos os realmente aprovados foram convocados.