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Policial

Rapaz diz ter recebido R$ 250 para matar Tim Lopes

O rapaz que foi preso em Alagoas suspeito de ter matado o jornalista da TV Globo Tim Lopes, no Rio, em 2002, afirmou em depoimento à Polícia Civil que recebeu R$ 250 do traficante Elias Maluco, então líder do tráfico de drogas no complexo do Alemão, para participar do crime. Ele diz ter participado da queima dos restos mortais do jornalista.


No depoimento, o rapaz --que diz ter 17 anos-- afirma que ele e comparsas passaram aproximadamente três horas queimando o corpo de Tim Lopes e que, ao final, restaram apenas os ossos. Ele diz que teve que, por diversas vezes, deixar o local na companhia de outros criminosos para comprar gasolina ou diesel e continuar a queima, pois o fogo se apagava.


Conforme a transcrição do depoimento do suspeito ao qual a Folha Online teve acesso, ele disse ter participado "para ganhar dinheiro e comprar roupas". "É como diz o ditado: quando pai e mãe não criam, vagabundo cria", disse o suspeito.


Tim Lopes desapareceu no início de junho de 2002, na Vila Cruzeiro, favela que faz parte do complexo do Alemão, depois de ser reconhecido e capturado por traficantes ligados a Elias Maluco, quando fazia uma reportagem sobre um baile funk onde haveria consumo de drogas e sexo explícito. Lopes foi levado para o morro da Grota, também no complexo do Alemão, onde teria sido esquartejado e queimado em pneus --método conhecido como "microondas".


O nome do rapaz preso é mantido sob sigilo. O documento apresentado por ele --uma cópia de uma certidão de nascimento-- está sob análise.


"Frieza"
Segundo Reis, o rapaz esteve acompanhado de um advogado e de dois representantes do Ministério Público Estadual, durante o depoimento. "Eu nunca vi tanta frieza na minha vida", disse o delegado.


"Ele [o suspeito] cantou o hino do morro [o complexo do Alemão] e contou como os traficantes tratam os policiais e as pessoas lá dentro. Eu nunca vi um negócio daquele. Ele disse que teve quase todos os cargos relacionados com o tráfico de drogas e denunciou a venda de armas por parte dos PMs", afirmou.


O delegado-geral disse ter encaminhado uma cópia do depoimento do rapaz ao secretário estadual da Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.


Migração
Segundo o delegado-geral, o suspeito contou que migrou do Rio para Alagoas com um homem chamado de Carioca e que um terceiro integrante da quadrilha --chamado de Choque-- também deixou o Rio em direção ao Nordeste --ele estaria na Bahia.


Em Alagoas, ainda de acordo com o delegado-geral, o rapaz admitiu ter participado de roubos de carros e assaltos. Com base nesses crimes foi que o delegado conseguiu obter, na 17ª Vara Criminal de Maceió, especializada em crime organizado, a prisão temporária dele por 30 dias.


Reis aguarda informações da Justiça do Rio sobre outros eventuais mandados de prisão expedidos contra o rapaz. Ele está preso na carceragem do Tigre (Tático Integrado de Grupos de Resgates Especiais), da Polícia Civil, em Maceió.

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