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Policial

SP registra 1% dos homicídios do mundo

São Paulo tem 1% dos homicídios de todo o mundo e, no Brasil, 100 pessoas morrem por dia, em média, vítimas de armas de fogo. A capital paulista e o Rio representam metade dos crimes violentos no País. Os dados fazem parte de um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o qual a violência das facções criminosas em São Paulo e no Rio já se tornou rotineira.


O levantamento compila e avalia, pela primeira vez, cerca de 200 estudos já produzidos nos últimos anos sobre violência pela ONU e outras instituições. Os dados são de anos distintos e baseados também em informações da imprensa. Os indicadores econômicos foram obtidos do Banco Mundial. "O relatório mostra que a violência urbana está aumentando em todo o mundo, mas isso é mais forte na África e América Latina", afirma Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU.


Entre 1970 e hoje, a taxa de homicídios em São Paulo quadruplicou; a do Rio, triplicou. Em 1999, São Paulo registrou 11,4 mil assassinatos, 17 vezes mais que Nova York. Em 2001, a taxa de homicídios no Rio foi de 45 a cada 100 mil pessoas. Na América Latina, onde a taxa é a mais alta entre todas as regiões, a média naquele ano foi de 25 homicídios para cada 100 mil habitantes, contra 8 por 100 mil em toda a Europa e 7 por 100 mil em Nova York. No mundo, a taxa de homicídios subiu 30% desde 1980, passando de 2,3 crimes para 3 por 100 mil pessoas no início da atual década.


O relatório faz uma comparação com a Colômbia para apontar a gravidade da violência no Rio. Entre 1978 e 2000, 49,9 mil pessoas foram assassinadas nas favelas cariocas. No mesmo período, 39 mil pessoas foram vítimas de homicídio em toda a Colômbia.


Segundo a ONU, a violência no Brasil tem um perfil jovem. Dois terços dos crimes envolvem pessoas de até 25 anos, e a ONU alerta que crianças de 6 anos já fazem parte de quadrilhas com a função de carregar drogas.


De fato, a taxa de homicídios entre os jovens brasileiros é uma das mais altas - 32,5 casos por 100 mil habitantes. Nessa faixa etária, porém, a liderança é da Colômbia, com 84 homicídios para cada 100 mil pessoas. O documento afirma que os jovens são as principais vítimas da violência em todo o mundo. Um dos fatores é a existência de 74 milhões de jovens desempregados.


Pobreza, desemprego, desigualdade social e explosão demográfica das cidades estão entre as explicações para o aumento da violência não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, diz o relatório.


Em média, 60% dos habitantes de cidades localizadas em países pobres foram vítimas de algum tipo de violência nos últimos cinco anos. Na América Latina, a taxa supera 70%. A região tem ainda o maior índice de roubos - quase 450 para cada 100 mil habitantes.

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