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Policial

Vítimas contam como golpista de MS agia em bairro nobre de São Paulo

A sul-mato-grossense Kelly Samara Carvalho dos Santos, de 19 anos, comprou um blazer preto, uma calça jeans e uma regata branca na loja Shoulder da Rua Oscar Freire, nos Jardins, Zona Oeste de São Paulo, no dia 4 de agosto. A conta de R$ 690 teria sido paga em duas vezes com um cartão de crédito de um homem. Duas semanas depois, os vendedores souberam que podem ter sido vítimas de uma golpista.


Kelly foi presa na noite desta terça-feira (21), sob a suspeita de praticar golpes na região dos Jardins, na Zona Oeste de São Paulo. Ela foi indiciada pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e por três furtos.


Ela disse na saída do 15º Distrito Policial, no Itaim Bibi, onde foi indiciada, que cometia os crimes há dois anos. A jovem disse que queria chamar a atenção dos pais, que moram em Amambaí, Mato Grosso do Sul. As roupas, objetos e notas fiscais apresentados pela polícia mostram que a jovem buscava grifes famosas e se hospedava em hotéis de luxo.


"Ela chegou com um cartão de crédito. Eu pensei que fosse do pai dela, mas neste sábado passado nós recebemos dois policiais falando que ela era estelionatária. Eu reconheci a foto dela", contou a subgerente da loja, Roseli de Faria Machado, que atendeu Kelly. O cartão de crédito usado pela jovem pode ter sido roubado de alguma vítima.


Roseli disse que Kelly se portava como as outras clientes da loja. "É uma jovem, conversa bem", afirmou. A vendedora afirmou que o golpe mostrou a necessidade de se checar os documentos nas compras com cartão de crédito. "Eu me senti péssima. Isso prova para a gente que temos que pegar documentos das pessoas", contou.


Gravura
Outra vítima da jovem teria sido a Portal Galeria de Artes, na Rua Estados Unidos, também nos Jardins. Do local, ela levou, segundo a polícia, uma gravura do espanhol Juan Miró avaliada em US$ 18 mil. Segundo a polícia, o quadro tem certificado de autenticidade e teria sido comercializado por US$ 1 mil.


De acordo com funcionários da Portal Galeria de Artes, ela esteve no local no dia 24 de julho e se apresentou como uma decoradora de Mato Grosso do Sul. Voltou no dia seguinte, assim que a galeria abriu. Uma funcionária da limpeza flagrou a entrada da jovem, mas não estranhou sua presença porque a tinha visto no dia anterior.


Quando a funcionária retornou à galeria, após limpar a parte externa, percebeu que a jovem já havia saído. Em seguida, os funcionários notaram que o quadro tinha desaparecido. A gravura de Miró teria sido levada por ela.


Orkut
Segundo a delegada Aline Martins Gonçalves, do 15º DP, a jovem usava o site de relacionamentos Orkut para conseguir vítimas. "Ela se relaciona muito com as pessoas pelo Orkut, faz muitas vítimas, e isso está sendo investigado". Aline conta que a jovem chegou a registrar um boletim de ocorrência contra a própria advogada, logo após passar nove dias presa sob acusação de estelionato e falsidade ideológica.


Segundo a delegada, ao sair da cadeia, a moça foi procurar a advogada para pegar alguns pertences. Entre eles, estavam calças e roupas de grife supostamente adquiridos com cheques furtados. Aline conta que a jovem não conseguiu ter acesso às roupas no momento em que esteve no escritório. Sem ter como pagar os honorários da advogada, teria aproveitado a situação. Voltou à delegacia na madrugada do dia 10 para registrar um boletim de ocorrência por apropriação indébita.


"Achei estranho ela fazer um boletim de ocorrência contra a advogada porque ela não queria devolver peças de roupa. A advogada foi chamada, se explicou e entregou todas as roupas da garota. Tinha muita roupa com etiqueta", disse Aline. As roupas foram apreendidas e ficaram na delegacia. Essa foi a razão para que a moça fosse chamada novamente à delegacia e acabasse presa novamente em flagrante por portar um comprovante de cheque furtado.


No intervalo entre o dia da liberação e a nova prisão da jovem, dois boletins de ocorrência foram abertos contra ela. Um deles, de uma idosa de 83 anos, e outro de homem que a conheceu em uma casa noturna. Dele, a suspeita teria levado R$ 5,5 mil em dinheiro e um cartão de crédito. A idosa ficou sem o talão de cheques, segundo a delegada.


Segundo a Polícia, Kelly foi internada em uma Unidade Educacional de Internação (Unei) aos 15 anos de idade, após roubar R$ 50 mil em jóias de uma mulher. A estelionatária ainda é acusada de roubos e golpes em Goiânia (GO). Após a prisão em São Paulo ela foi transferida para a Penitenciária Feminina de Santana, na Zona Norte.

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