O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), deixou para a semana que vem a escolha do relator para o novo processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no conselho. Com poucas opções de nomes dispostos a assumirem a função, Quintanilha espera nos próximos dias conseguir encontrar um parlamentar que aceite investigar a suposta relação de Renan com a empresa Schincariol.
A Folha Online apurou que Quintanilha já procurou alguns integrantes do conselho em busca de um relator, mas teria feito somente sondagens antes de definir um nome para a função. O senador quer, antes de formalizar o convite, ter a certeza de que o seu pedido será atendido para evitar novos impasses na relatoria do processo contra Renan.
O primeiro processo contra o presidente do Senado --relacionado à denúncia de que o peemedebista teria usado dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para despesas particulares-- foi marcado por uma série de percalços na escolha do relator.
O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) chegou a assumir a relatoria, mas se afastou por problemas de saúde. Ele foi substituído na função por Wellington Salgado (PMDB-MG), que ficou menos de 24 horas no cargo. Os integrantes do conselho tinham resistência em relatar o processo contra Renan uma vez que o peemedebista, além de presidente do Senado, tem intenso trânsito político com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O próprio presidente do Conselho de Ética na época, senador Sibá Machado (PT-AC), renunciou ao cargo depois de encontrar dificuldades para nomear um relator para o caso Renan. O senador também foi submetido a pressões de governistas para retardar as investigações no conselho, outro motivo que o fez desistir do cargo.
Com a eleição de Quintanilha para a presidência do conselho, ele designou os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE) como relatores em conjunto do processo contra Renan --depois de não conseguir que um único parlamentar assumisse a função.
Desta vez, Quintanilha sinalizou que, se encontrar dificuldades para achar um nome, poderá seguir o mesmo modelo da relatoria tripla para evitar novos impasses no conselho. O senador afirmou, no entanto, que não está disposto a indicar os mesmos senadores que já relatam o primeiro processo para não retardar as investigações em curso. "Um acúmulo de processo agora só iria comprometer a ação inicial", disse.
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