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Política

Conselho discute na terça tramitação de processos contra Renan

O Conselho de Ética do Senado vai discutir na próxima terça-feira a possibilidade de concluir até o dia 2 de novembro a tramitação dos três processos contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) por quebra de decoro parlamentar.


Pressionado por líderes partidários, o presidente do órgão, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), convocou reunião para que os relatores dos processos apresentem um cronograma de trabalhos com a previsão de término das investigações.


Líderes de sete partidos, organizados pelo senador José Nery (PSOL-PA), assinaram requerimento para a convocação de sessão extraordinária do conselho nesta quinta-feira. Com a promessa de Quintanilha de marcar a reunião para a semana que vem, os líderes desistiram da sessão extraordinária --mas admitem que o requerimento foi uma ferramenta de pressão para forçar Quintanilha a convocar a reunião.


O dia 2 de novembro foi fixado por senadores da oposição --que prometem paralisar as atividades do Senado depois desta data caso o Conselho de Ética não conclua até lá a análise dos três processos contra Renan. "Espero nesse prazo solucionar essa questão. Se houver algum relatório pronto antes desse prazo, poderemos votá-lo", disse Quintanilha.


O presidente do conselho afirmou que o terceiro e o quarto processos contra Renan poderão ser colocados em votação simultaneamente, caso os relatores concluam as investigações em prazos próximos.


O senador Jefferson Peres (PDT-AM) foi escolhido relator do terceiro processo contra Renan somente nesta quarta-feira, quase dois meses depois de chegar ao conselho, e após intensa pressão dos líderes partidários para a divulgação do relator.


Quintanilha negou que a demora, ao contrário do que acusa a oposição, tenha sido manobra para tentar retardar as investigações sobre Renan. "A dificuldade foi achar um relator para a terceira representação. A situação que o Senado está vivendo decorre do que acontece no conselho, que investiga um senador. Isso provoca tensões internas", disse.


No terceiro processo, considerado o mais grave contra Renan, o peemedebista é acusado de usar "laranjas" para comprar emissoras de rádio e uma TV em Alagoas. As denúncias foram reveladas pelo usineiro João Lyra, inimigo político de Renan, mas que no passado foi aliado do peemedebista.


Pressa


Quintanilha disse acreditar que o segundo processo contra Renan, que liga o senador à Schincariol, seja concluído antes do prazo de 2 de novembro. O relator do caso, senador João Pedro (PT-AM), fixou o prazo de 30 dias --no final de setembro-- para concluir as investigações.


Nas denúncias, Renan é acusado de trabalhar para reverter dívida de R$ 100 milhões da Schincariol no INSS em troca da empresa ter comprado uma fábrica de seu irmão, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), por preço acima do mercado. "Creio que essa representação terá um parecer bem antes desse prazo", afirmou Quintanilha.


Quarto processo


O senador Almeida Lima (PMDB-SE), relator do quarto processo contra Renan no Conselho de Ética da Casa, disse ontem que não pretende acatar o prazo de 2 de novembro para concluir as investigações do caso --que liga o peemedebista a um suposto esquema de desvio de recursos em ministérios chefiados pelo PMDB.


"Não aceito prazo de ninguém, não pedi para ser relator de nada. O prazo é meu, da minha consciência, do meu trabalho", disse o senador que é um dos principais aliados de Renan no Senado.


Lima disse que "pode até concluir" as investigações antes do prazo, mas sem qualquer compromisso com o ultimato da oposição. "Isso não quer dizer que aceito prazo do governo nem da oposição. O prazo pode valer para outros, mas para mim não." Ele não deve concluir as investigações até o dia 2, uma vez que ainda não recebeu o processo contra Renan. "Preciso ler para dar início aos trabalhos", revelou.


Licença


Renan anunciou ontem que está se licenciando do cargo por 45 dias. Ele disse em pronunciamento para a TV Senado que não precisa do cargo de presidente da Casa para se defender. "O poder é transitório, enquanto a honra é poder permanente que não sacrifico em nome de nada."


Enquanto estiver em licença, a presidência do Senado será ocupada pelo petista Tião Viana (AC), vice-presidente do Senado.

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