Delcído fala sobre CPI dos Correios

O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) disse nesta segunda-feira em uma entrevista realizada em Campo Grande, que o Supremo Tribunal Federal tem provas cabais e todos os argumentos necessários para julgar de forma rigorosa os 40 acusados de envolvimento no chamado esquema do mensalão, que tem como base o relatório da CPI dos Correios, presidida por ele no Congresso.

No julgamento do processo encaminhado pelo procurador da República, Antonio Fernando de Souza, que começa nesta quarta-feira, os ministros do STF vão decidir se instauram ou não ação penal contra deputados, empresários e funcionários públicos acusados de fazer parte de esquema de pagamento de mesadas para parlamentares em troca de apoio ao governo.

"Eu não tenho dúvida nenhuma de que a CPI dos Correios foi cirúrgica e elaborou o relatório de uma forma profissional e técnica. A investigação, apesar de ser política, foi bastante cuidadosa e detalhada. Na questão do dinheiro do Visanet (empresa de cartões de crédito), por exemplo, conseguimos rastrear desde o dia em que o dinheiro saiu do Banco do Brasil até o dia em que ele caiu na conta do BMG, e quando o BMG fez a operação de empréstimo. E assim existem muitos outros exemplos que nos dão à certeza de que a CPI chegou a conclusões bem fundamentadas", afirmou o senador.

Delcídio acredita que, depois de um longo período de investigação e análise de documentos, o STF dará autorização para que o processo possa seguir judicialmente, e, desta forma, a ação poderá ganhar mais celeridade. Para o senador, o fato das denúncias serem aceitas pelo Supremo mostrará que os indícios são absolutamente procedentes.

"Todos sabem muito bem o quanto eu apanhei por ter sido isento e correto na condução dos trabalhos da CPI dos Correios. Tanto que ainda hoje aparece alguma armadilha, alguma arapuca de gente que teve seus interesses contrariados e quer me pegar em alguma coisa. Mas eu estou absolutamente tranqüilo e certo de que cumpri meu compromisso com o país, com a população e com o meu Estado", garantiu finalizando Delcídio.