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Política

Depois de nova acusação contra Renan, PF abre investigação

A Polícia Federal começou a investigar denúncia de um esquema de lavagem de dinheiro que envolveria o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).


O caso teve em início em setembro de 2006, em depoimento prestado à Polícia Civil do Distrito Federal por Bruno de Miranda Ribeiro Lins. Ele relatou que seu ex-sogro, o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho, manteria duas contas no exterior e operaria para políticos do PMDB, entre os quais o presidente do Senado.


Procurado pela Folha por telefone, Miranda confirmou as declarações à Polícia Civil, incluindo a citação a Renan. Evitando estender a conversa, disse que trabalhou com o ex-sogro, mas que preferia não falar mais por medo de retaliação.


Procurado por meio de sua assessoria, Renan não ligou de volta até o fechamento desta edição. A reportagem não conseguiu localizar o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho.


Como a denúncia envolve políticos com foro privilegiado e suspeita de lavagem de dinheiro (crime federal), o caso foi encaminhado há cerca de um mês à PF, que busca elementos para decidir se instaura inquérito, que teria o senador como um dos investigados.


Segundo a Folha apurou, Coelho é de fato ligado ao PMDB e próximo de Renan. Além de detalhes de transações que teriam sido realizadas por Coelho, a PF considerou importante o fato de o depoimento ter sido prestado em 2006, meses antes das denúncias que geraram representações contra o senador no conselho.


Caribe
Não é a primeira vez que pessoas ligadas a Renan enfrentam acusações de envolvimento em esquema de lavagem, com uso de contas no exterior.


A Folha revelou em 2006 que um então assessor de Renan, Francisco Sampaio de Carvalho, operou uma conta bancária no paraíso fiscal de Grand Cayman, no Caribe, que chegou a registrar R$ 11,1 milhões em depósitos. Segundo documentos obtidos pela reportagem na época, a conta foi operada do Brasil por um aparelho de fax instalado na sala da liderança do PMDB no Senado.


Carvalho foi coordenador do programa de modernização do Senado no biênio 95-96. Ele trabalhou na liderança do PMDB quando Renan era o líder. Em 2005, foi levado pelo senador para atuar na consultoria da presidência da Casa.


Dos papéis obtidos pela Folha, cinco foram recebidos em maio de 2005 pelo fax da Consultoria de Coordenação Técnica e Relações Institucionais da presidência do Senado, onde Carvalho trabalhava. Ele pediu demissão no meio da apuração da reportagem, e negou ser dele assinaturas nas transações. Cópias de documentos com assinaturas atribuídas a Carvalho foram submetidas ao perito judicial Ricardo Molina. Ele concluiu que não havia divergências nas assinaturas.

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