Uma semana depois de o Senado autorizar investigação em papéis, a PolÃcia Federal aguarda por material de Alagoas. Técnicos enviados ao Estado não obtiveram informações relevantes; PF terá 20 dias para definir laudo após receber toda documentação.
Quase uma semana depois da decisão do Senado de encomendar uma checagem na defesa de Renan Calheiros (PMDB-AL), a PolÃcia Federal ainda aguardava, ontem, a chegada de material complementar necessário à perÃcia que vai avaliar se a venda de gado é suficiente para lastrear despesas feitas pelo presidente do Senado. Renan é suspeito de ter despesas pessoais pagas por um lobista de uma empreiteira.
Por decisão da Mesa do Senado, todo o trâmite dos documentos será feito por meio do Ministério da Justiça. Na sexta-feira, o órgão encaminhou à PF mais uma remessa de papéis. Mas faltariam ainda documentos que o Conselho de Ãtica mandou buscar em Alagoas.
Segundo a Folha apurou, o relato de técnicos enviados ao Estado é que os documentos obtidos "in loco" pouco acrescentam ao processo -GTAs (Guias de Trânsito Animal) recolhidas na Secretaria Estadual de Agricultura. A Secretaria de Fazenda Estadual informou que não tinha condições de atender à solicitação de envio de notas fiscais e comprovantes de transação de gado oriundos das fazendas de Renan.
As empresas para as quais o senador afirma ter vendido gado foram acionadas e ficaram de procurar comprovantes. Segundo a Secretaria-Geral da Mesa, tais documentos devem chegar hoje à Casa.
Em análise preliminar dos documentos de Renan, o Instituto Nacional de CriminalÃstica detectou no mês passado 20 "inconsistências" ou divergências, mas afirmou que eram necessários mais documentos para análise conclusiva.
A PF terá 20 dias para apresentar um laudo definitivo. O prazo passará a correr quando o Senado enviar os documentos coletados em Alagoas.
Os advogados de Renan e do PSOL, autor da representação contra ele, foram notificados para que indiquem, se quiserem, assistentes técnicos para acompanhar a perÃcia. "Os documentos coletados em Alagoas estão chegando e a defesa do Renan e o PSOL podem indicar seus técnicos caso desejem", disse Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores do processo.