A Prefeitura de Dourados (MS) decretou, neste sábado (24), luto oficial de três dias por conta da morte do ex-prefeito Ari Artuzi, que ocorreu na noite de sexta-feira (23) no Hospital Evangélico do município, onde estava internado. Ele faleceu por conta de complicações do tratamento contra um câncer no intestino, de acordo com o hospital.
O decreto foi assinado pelo prefeito Murilo Zauith (PSB) e será publicado no Diário Oficial do município de segunda-feira (26), com efeito retroativo a sexta-feira. Conforme o texto, a homenagem póstuma leva em consideração o fato de Artuzi ter sido prefeito de Dourados, vereador e deputado estadual.
Durante o luto oficial, todas as repartições públicas municipais terão as bandeiras hasteadas a meio mastro.
O corpo de Artuzi está sendo velado desde 2h30 (de MS) deste sábado na capela Bom Jesus. Segundo informações da funerária, o corpo será transferido para o Rio Grande do Sul, estado natal do ex-prefeito.
Artuzi tinha 50 anos e lutava contra a doença desde novembro de 2011. Desde então, abandonou a vida pública para cuidar da saúde.
Trajetória
Ari Valdecir Artuzi nasceu em São Valentim (RS), no dia 14 de maio de 1963. Casado, tinha ensino fundamental incompleto.
A trajetória política dele ficou marcada pela rápida ascensão. Em 2000, o ex-caminhoneiro foi eleito vereador em Dourados. Dois anos depois, conseguiu uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Quando foi reeleito deputado estadual em 2006, anunciou que disputaria a prefeitura douradense e, em 2008, venceu a eleição municipal com 45182 votos, aproximadamente 43% dos válidos.
Como prefeito, Artuzi foi pivô de um escândalo político, desvendado pela operação Uragano da Polícia Federal (PF), em setembro de 2010. A ação acabou na prisão dele, do vice-prefeito Carlinhos Cantor, nove vereadores e quatro secretários daquela gestão.
As investigações da PF apontaram para um esquema semelhante ao 'mensalão', que consistia em pagar propina aos vereadores da situação e oposição para impedir que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava o prefeito, apontado como 'chefe' do esquema, fosse concluída. Além disso, as licitações seriam direcionadas para empresas que financiavam as propinas mensais, compras de bens pessoais do prefeito e campanhas eleitorais.
Após o escândalo, Artuzi foi expulso do PDT, partido pelo qual havia sido eleito prefeito, e foi também afastado do cargo pela Justiça. Posteriormente, ainda na prisão, acabou renunciando ao cargo, em 1º de dezembro de 2010, o que forçou Dourados a ter uma eleição fora de época em fevereiro de 2011, quando Murilo Zauith (DEM) venceu a disputa, sendo reeleito para o cargo em 2012.
Mais tarde, o ex-prefeito teve os direitos políticos suspensos pela Justiça, que também determinou o sequestro dos bens, incluindo gado e imóveis.