O presidente da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), disse nesta sexta-feira que não tem como garantir que será mantido sigilo sobre todos os dados contidos nas caixas-pretas do Airbus-A320 da TAM --que se acidentou na semana passada causando cerca de 200 mortes. Mas prometeu que irá se esforçar, realizando uma sessão secreta na próxima semana com a presença do brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Cenipa (Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
"Somos 24 deputados, não posso me responsabilizar por todos. Mas vou apelar para compreensão dos colegas e realizar uma sessão secreta para que possamos analisar os dados das caixas-pretas. O brigadeiro Kersul deverá estar presente para prestar os devidos esclarecimentos", disse Castro.
O apelo à CPI para assegurar o sigilo sobre as informações das caixas-pretas foi reiterado hoje pelo brigadeiro Kersul. Segundo ele, a interpretação equivocada sobre os dados pode levar à distorção dos fatos ocorridos no dia 17, quando houve o acidente no aeroporto de Congonhas.
De acordo com o deputado, a sessão secreta deverá ser realizada no final da próxima semana. É que até terça-feira, os dados contidos nas caixas-pretas devem ser enviados à CPI e só depois Castro quer marcar a reunião.
Segundo ele, é fundamental a presença do brigadeiro Kersul, por ser um especialista do setor aéreo. "Os dados são muito técnicos e às vezes só a degravação não informa tudo, é necessário explicar o que significa, daí a importância do brigadeiro estar presente."
Castro chegou ontem de uma viagem de férias com a família à Rússia. Neste período, Castro foi substituído pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Soube do acidente por uma sobrinha, logo depois telefonei para o Eduardo Cunha e para o [deputado] Marco Maia [relator da CPI] para me informar sobre os detalhes e definir os rumos da CPI", contou ele. "Fiquei sob estado de choque."
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