Em nota, o governador de MS questiona operação policial ‘há apenas 20 dias das eleições’
Wilson Dias/Agência Senado
Alvo principal da operação comandada pela Policia Federal na manhã de ontem (12), que cumpriu mandados judiciais no apartamento e no gabinete do atual governador e candidato à reeleição Reinaldo Azambuja, após prestar depoimento no final da tarde, divulgou nota à imprensa onde classifica a operação como “intempestiva e midiática”.
A nota é breve, entretanto, Reinaldo rebate a ação da PF e diz que há um ano e meio se colocou "voluntariamente à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos necessários sobre este caso.” A operação, batizada por Vostok, que remete a uma estação de pesquisa russa na Antártida, referência à emissão de notas frias, foi repercutida de maneira maciça pelos meios de comunicação: jornais de grande circulação e cadeias de rádio e TV do país inteiro.
Desde ontem, assessores e correligionários evitam comentar sobre o futuro da campanha de Reinaldo Azambuja. Porém, a nota também traz a afirmação de que o governador continuará fazendo a “dupla jornada”, como chefe de Estado e candidato à reeleição.
Quanto à prisão de seu filho, Rodrigo Souza, Reinaldo acrescenta que está “tomando as providências legais para reverter a prisão temporária do meu filho Rodrigo, que sempre esteve disponível e, até então, também sequer foi chamado a prestar depoimento.”
Propina
Conforme foi divulgado na manhã de hoje (13) pelo jornal Correio do Estado, o governador teria recebido R$ 52, 5 milhões em propinas e só não teria sido preso porque haveria “prejuízos sociais e econômicos”.
Os pagamentos eram feitos de três formas: por meio de doações eleitorais - ainda durante a campanha para as eleições em 2014; notas frias falsificadas; ou mediante entregas de valores em espécie, nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 209.750.000,00.
De acordo com parte da denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que consta na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf/MF) encontrou movimentações atípicas na conta pessoal de Azambuja. Uma delas é relativa ao período de 1º de abril de 2016 a 12 de abril de 2017, quando foram movimentados R$ 27.288.734,00 de forma injustificada.
Outros R$ 12.947.517, 96, teriam sido transferidos no período de 1º de agosto de 2017 a 31 de outubro de 2017, com destaque para uma transferência da empresa JBS, no montante de R$ 244.732,23, desvinculada de justificativa.
Consta ainda, que o governador movimentou de maneira suspeita o valor de R$ 1.146.783,00, no período de 1º de dezembro de 2017 à 31 de dezembro de 2017. Além disso, constam investimentos em fundos mobiliários, tendo o governador realizado a aquisição de oito imóveis no valor de R$ 2,8 milhões.
A investigação também aponta que foram efetuadas 10 transações imobiliárias para a Taquaruçu Agropecuária, empresa que é de Azambuja, todas no dia 15 de agosto de 2016, totalizando o valor de R$ 8.328.268, 85, “que revela possível estratégia de blindagem patrimonial, com objetivo de dificultar sua (de Reinaldo Azambuja) vinculação com qualquer tipo de vantagem indevida”.
Confira a nota de Reinaldo Azambuja na íntegra:
“Há um ano e meio me coloquei voluntariamente à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos necessários sobre este caso. Infelizmente, até o dia de hoje, jamais fui convocado pelas autoridades constituídas para apresentar minha defesa às acusações da delação mais questionada do país.
Mesmo respeitando as decisões do judiciário, não posso deixar de registrar a extemporaneidade de uma operação policial que ocorre a apenas 20 dias da eleição de forma intempestiva e midiática sem, contudo, a ocorrência de nenhum fato novo na tramitação do inquérito.
Estamos tomando as providências legais para reverter a prisão temporária do meu filho Rodrigo, que sempre esteve disponível e, até então, também sequer foi chamado a prestar depoimento.
Em respeito à população de Mato Grosso do Sul, continuo cumprindo normalmente a dupla jornada como governador do Estado e candidato à reeleição.
Tenho fé: a verdade prevalecerá.”
Reinaldo Azambuja
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