O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A decisão do ministro Ricardo Lewandowski saiu agora há pouco.
Ontem, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, entrou com pedido de abertura de inquérito para investigar as denúncias contra Calheiros no STF.
Renan Calheiros é suspeito de usar o lobista Cláudio Gontijo, ligado à empreiteira Mendes Júnior, para pagar a pensão à filha que tem fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso. O Conselho de Ética do Senado abriu uma investigação sobre o caso.
A autoridade do presidente do Senado vem se corroendo com o acúmulo de novas denúncias. Na semana passada, o Psol apresentou uma nova representação querendo que o Conselho de Ética do Senado investigue também suspeita de irregularidades na venda de uma fábrica de refrigerantes pertencente à família Calheiros à Schincariol. No sábado, reportagem da revista "Veja" afirmou que Renan teria pago R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo, através de laranjas, para adquirir o controle de duas emissoras de rádio em Alagoas. A Mesa Diretora do Senado se reúne hoje para apreciar representação do DEM pedindo investigação sobre a nova denúncia da revista.
A decisão do Supremo tem um impacto forte sobre as investigações do Conselho de Ética. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que integra o trio de relatores do Caso Renan, avaliou disse hoje que com a quebra dos sigilos a investigação vai andar mais rápido.
"Na prática, isso dá à Polícia Federal a liberdade e a autoridade para investigar o presidente, antes a investigação estava restrita às questões levantadas pelo Conselho de Ética", disse Marisa agora há pouco.
A tucana afirmou que a quebra do sigilo reforça o argumento que Renan deveria se afastar da presidência do Senado durante as investigações. "Isso seria fundamental, estamos constrangidos com a presença dele", observou.
Segundo a senadora, haverá uma reunião amanhã para decidir se a representação do Psol e a denúncia sobre as rádios serão apuradas pelo atual trio de relatores na investigação que já está em curso ou se haverá abertura de uma nova investigação do Conselho de Ética.
Vetores - O trio de relatores não atua em conjunto e há boas chances de, ao final da investigação, saírem não um, mas dois relatórios sobre o caso - um de autoria de Marisa e do senador Renato Casagrande (PSB-ES) e outro de Almeida Lima (PMDB-SE), aliado de Renan.
"Tem havido muitas divergências com o Almeida Lima, é possível que acabem saindo dois relatórios, isso tudo vai depender do comportamento dele", revelou a senadora.
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