Curvas de imunização indicam queda das taxas de cobertura desde 2015
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Apesar de uma recuperação gradual nas coberturas vacinais nos últimos anos, o Brasil ainda não conseguiu atingir as metas mínimas para proteger adequadamente suas crianças contra doenças evitáveis. É o que revela o Anuário VacinaBR, publicado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Unicef.
Em 2023, nenhuma das vacinas infantis do calendário nacional alcançou a cobertura mínima de 95% em todos os estados. Imunizantes contra poliomielite, meningococo C, varicela e Haemophilus influenzae tipo B estão entre os que registraram os piores índices.
A análise mostrou que menos de 32% dos municípios brasileiros conseguiram bater a meta para ao menos quatro vacinas prioritárias: pentavalente, poliomielite, pneumo-10 e tríplice viral. O melhor desempenho foi do Ceará, com 59% das cidades atingindo os objetivos. No Acre, apenas 5% conseguiram.
Para Paulo Almeida, diretor do IQC, o problema é complexo e passa por desigualdades regionais e falhas na gestão local. “Vemos municípios vizinhos com condições parecidas e coberturas muito diferentes. Isso mostra que o papel do gestor local é fundamental”, destaca.
Até mesmo vacinas aplicadas ainda na maternidade, como a BCG, tiveram desempenho abaixo do esperado: só oito estados atingiram a meta, enquanto 11 ficaram abaixo de 80%, com destaque negativo para o Espírito Santo, com menos de 58% de cobertura.
Outro ponto de preocupação é o abandono vacinal, ou seja, quando a pessoa inicia o esquema de doses, mas não retorna para completar. A vacina tríplice viral, por exemplo, teve segunda dose aplicada em menos de 50% das crianças em 14 estados. Nenhum deles cumpriu a meta completa.
“Quem não completa o esquema, continua desprotegido”, alerta Isabela Ballalai, diretora da SBIm. Ela também destaca a baixa percepção de risco como fator central na queda da vacinação. “Se a pessoa vai ao posto e encontra erro de informação, falta de vacina ou atendimento limitado ao horário comercial, ela não volta”, diz.
Ballalai reforça que escolas devem ser aliadas constantes na imunização. “Elas resolvem os problemas de acesso, ajudam a informar e conectam autoridades com as famílias. São espaços estratégicos.”
O anuário ainda defende o uso de ferramentas como SMS e campanhas mais personalizadas, que se comuniquem com a realidade atual. “As campanhas tradicionais já não têm o mesmo impacto. Hoje, são muitas vozes e canais ao mesmo tempo. Precisamos ser mais eficientes em chegar até as pessoas”, conclui Paulo Almeida.
Com surtos de sarampo ocorrendo em outros países e casos isolados no Brasil, especialistas alertam que o risco de retorno de doenças eliminadas é real — e a vacinação é o único caminho seguro para evitar esse retrocesso.
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