O comércio eletrônico no Mato Grosso do Sul deve superar facilmente o montante de R$ 100 milhões em negócios este ano. A previsão é do empresário Wilson Bento, diretor da Master Case Digital Business, com base em números divulgados durante 2007 pelo Grupo de Pesquisas E-bit. Em 2006, foram R$ 19 milhões no primeiro semestre e um total de R$ 88 milhões nos 12 meses do ano. Em 2007, só no primeiro semestre o crescimento foi de 20,05% já chegando a R$ 23 milhões.
Para Bento, a faixa de R$ 100 milhões em compras pela Internet só este ano no MS, ainda é um número conservador levando-se em conta a evolução no primeiro semestre e o aquecimento maior que sempre é verificado nos últimos meses do ano: "se as compras eletrônicas aumentaram em mais de 20% só no primeiro semestre, espera-se um Ãndice muito maior nos últimos seis meses do ano. No entanto, apenas imaginando que se mantenha um crescimento de 20%, já terÃamos um volume superior a R$ 105 milhões em negócios pela Internet."
Todo este crescimento, segundo o diretor da Master Case, segue uma tendência mundial. "O comércio eletrônico é muito prático, cada vez mais seguro, permite a otimização do tempo do cidadão e faz com que ele não enfrente as filas e o movimento excessivo nas lojas, principalmente no final de ano", comenta.
Em termos de Brasil, o Grupo de Pesquisa E-bit divulgou levantamento mostrando que apenas no perÃodo natalino as vendas online no Brasil devem crescer 45% em relação ao Natal de 2006. De 15 de novembro a 23 de dezembro de 2006, o volume de compras pela Internet no Brasil somou R$ 693 milhões. Para igual perÃodo deste ano a previsão da E-bit é que atinja R$ 1 bilhão.
Uma pesquisa sobre Intenção de Compra do Consumidor foi realizada este ano pelo Programa de Administração de Varejo (Provar), pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em parceria com a E-bit e Canal Varejo. Os números mostram que a preferência do consumidor online brasileiro em percentuais de intenção de compra por categorias (múltiplas respostas) é a seguinte: livros, CD´s e DVD´s (47,7%); eletroeletrônicos (32,7%); informática (27,6%) e telefonia e celulares (20,6%).
Wilson Bento, no entanto, avisa que estes números da E-bit divulgados durante o ano, apesar de bem confiáveis, não retratam todo o volume de comércio eletrônico brasileiro e muito menos no Mato Grosso do Sul: "o levantamento da E-bit é bem abrangente mas não envolve lojas virtuais que existem dentro, de origem, do próprio Mato Grosso do Sul; além disso, os números não incluem a aquisição de passagens aéreas, automóveis e leilões virtuais, este último um segmento forte em nosso Estado, principalmente na compra e venda de animais".
Alguns fatores devem motivar ainda mais as compras via Internet este ano, como é o caso da desvalorização do dólar frente ao real, a queda e posterior estabilidade da taxa de juro que possibilitou maiores parcelamentos com menores encargos. "Há de se levar em conta também que os preços no comércio online são, em geral, mais atraentes do que no comércio fÃsico", lembra o diretor da Master Case. De acordo com a E-bit, o Ãndice e-flation (que mede a variação de preços no mercado digital) mostrou que os preços dos produtos vendidos pela Internet tiveram, em média, uma deflação de 5,26% entre os meses de meses de julho e outubro deste ano.
ALTA E BAIXA
Para o empresário Wilson Bento, o comércio eletrônico no Mato Grosso do Sul, sobretudo em Campo Grande, apresenta algumas particularidades e ainda muito potencial para crescer. Internamente, é muito grande a proliferação dos sites de entretenimento, comercializando, dentre outras coisas, a cobertura fotográfica de eventos. "Alguns setores obtém razoável desempenho com muito espaço ainda para crescer, como guias de serviço, turismo, CD´s, DVD´s, livros e equipamentos eletrônicos", avalia.
Por outro lado, o diretor da Master Case salienta que empresários de outros setores, sobretudo em Campo Grande, ainda não investiram na modalidade e podem estar perdendo espaço comercial: "há um potencial muito grande, por exemplo, em serviços de floricultura, alimentação e presentes; nada, no entanto, supera o sucesso que com certeza faria em todo o Brasil o comércio online de produtos tÃpicos e artesanato sul-mato-grossense, como doces, erva mate, licor de pequi e peças indÃgenas, dentre outros".