O Google propõe em uma reunião de lÃderes polÃticos europeus que acontece nesta sexta-feira, na França, que as agências regulatórias nacionais concordem com um conjunto básico de normas mundiais de proteção da privacidade.
Peter Fleischer, o diretor jurÃdico do Google para questões de privacidade, vai aproveitar uma conferência regional da Unesco em Estrasburgo como fórum para apelar aos paÃses pela adoção de um padrão mundial de proteção à privacidade baseado em um conjunto de princÃpios acatados por acordo entre diversos paÃses da região Ãsia-PacÃfico.
Conversando por telefone com jornalistas da França, na quinta-feira, Fleischer disse que os princÃpios das normas de privacidade do fórum de cooperação Ãsia-PacÃfico (APEC) sobre o uso de dados pessoais em um contexto comercial representam a referência básica para as regras de defesa da privacidade.
As diretrizes da APEC foram acatadas por paÃses que variam da Austrália --cujas severas normas de proteção à privacidade acompanham as dos paÃses europeus-- ao Vietnã sob governo comunista, no qual as demandas por defesa da privacidade vêm se intensificando à medida que cresce a importância da economia de mercado.
"Se princÃpios de proteção da privacidade podem ser definidos por acordo entre paÃses tão divergentes, acreditamos que esse possa ser o modelo a seguir pelos demais paÃses do mundo", disse Fleischer aos jornalistas. Em termos gerais, acrescentou, "o que vemos é uma falta de padrões de defesa da privacidade" em todo o planeta.
Fleischer disse que é vital para a saúde da Internet, para a economia mundial e para os planos do Google que o debate progrida para além da atual colcha de retalhos de normas conflitantes.
Ele descreveu um cenário tÃpico de compra online, envolvendo um consumidor francês que utiliza um site norte-americano. Esse site norte-americano pode ter centrais de processamento de dados em diversos paÃses e o atendimento ao consumidor pode ser realizado a partir da Ãndia.
"A cada vez que uma pessoa usa seu cartão de crédito, a informação pode atravessar seis ou sete fronteiras nacionais", disse Fleischer falando sobre a importância da definição de padrões de proteção à privacidade dos internautas.
Perguntado sobre o motivo pelo qual o Google está propondo uma agenda de privacidade mundial em vez de recorrer a Washington, Fleischer demonstrou resignação sobre a simplificação de polÃticas norte-americanas.
"Eu simplesmente não acredito que as mudanças vão ocorrer neste Congresso", disse ele. "O debate mundial vai ajudar a motivar o debate nos Estados Unidos."