Um homem que usou um keylogger para saber o que sua mulher fazia na Internet resolveu processar o fabricante do programa de monitoramento, alegando que a companhia não alertou para o fato de que ao usar o software ele estaria violando leis americanas. A informação é do site Ars Technica. Após o divórcio, Jeffrey Havlicek, funcionário da Força Aérea americana, enfrenta um processo judicial aberto por uma amiga de sua ex-mulher, por ter acessado contas de email criadas por ela que também eram usadas pela então Sra. Havlicek.
De acordo com a Wired, Havlicek, um usuário experiente de computador, comprou em setembro de 2005 o software chamado Activity Monitor, da companhia canadense Deep Software, instalando-o em seguida no micro da família. Em dezembro do mesmo ano, se separou da mulher, Amy. Mas a existência do keylogger foi descoberta somente durante o processo de separação.
Então Christina Potter, amiga de Amy, entrou na justiça contra Jeffrey Havlicek, alegando que ele usou o keylogger para ter acesso a emails trocados entre ela e Amy e às contas do Yahoo! e da AOL que deixava a amiga usar. Além disso, solicitou que o conteúdo das mensagens fosse retirado do processo de divórcio, mas o pedido foi negado pela justiça, já que o Ato de Privacidade da Comunicação Eletrônica (EPCA, na sigla em inglês) refere-se a gravações de conversas, inclusive telefônicas, mas nada diz explicitamente sobre mensagens eletrônicas.
Havlicek, por outro lado, quer no mínimo US$ 10 mil de reparação da Deep Software, fora quantia relativa às custas dos processos. Ele alega que a fabricante vendeu seu produto como "um pacote de software espião ideal para assegurar que você tenha o controle que precisa sobre a atividade de seus filhos e esposa quando eles estão online". Apesar de a companhia ter avisado que o software só poderia ser instalado por uma pessoa autorizada a usar o computador em questão, não alertou que o seu uso poderia "ser ilegal ou uma violação aos estatutos estaduais e federais".
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