Nintendo abala Sony e Microsoft

No início deste mês, o jornal inglês Financial Times deu uma notícia importante sobre a corrida de números que mede a temperatura e as tendências da indústria de games. O Wii acabava de se tornar o líder entre os consoles atuais, com mais de 11,5 milhões de unidades vendidas pelo mundo.

O Xbox 360, da Microsoft, vinha logo atrás, com 11 milhões de unidades, e o PlayStation 3, da Sony, num distante terceiro lugar, com cerca de 4,5 milhões de unidades vendidas.

A aposta da Sony, lançar um console com tecnologia de ponta e uma nova mídia, o Blu-Ray, parece ter afastado os consumidores. O PS3 custa pelo menos o dobro do Wii (US$ 500 contra US$ 250, nos EUA), e tem oferecido poucos jogos, nenhum deles com o mesmo apelo ao jogador casual. Isso tem gerado um efeito bola de neve que torna o futuro do console incerto: com poucos jogos, o PS3 não tem vendido como esperado. Com poucas vendas, há poucos incentivos para o desenvolvimento de novos jogos de alta qualidade.

Além disso, a reformulação do seu controle anunciada na edição do ano passado da maior feira de games do mundo, a E3, sem o recurso de "rumble" (vibração), e também com sensores de movimento, foi encarada por muitos como uma reação desesperada à estratégia da Nintendo, e até hoje permanece polêmica. Uma revisão do joystick, chamada Dual Shock 3, acaba de ser anunciada no Japão, trazendo o efeito "rumble" de volta. E diversos jogos do PS3 simplesmente têm ignorado o sensor de movimentos, ou o implementado com resultados questionáveis, como Lair, um dos jogos mais divulgados do console.

Apenas o Xbox 360 parece seguir nos rumos planejados pela Microsoft, tendo conquistado um público cativo entre os jogadores hardcore. No entanto, mesmo isso não o impediu de ver sua dianteira no mercado superada pelo rápido avanço do Wii.

Jogos como Guitar Hero, o acessório EyeToy e outros títulos para ambos o PS3 e o Xbox 360 prometem manter esses consoles na corrida em busca de novos jogadores e a expansão do mercado. Steve Schiro, vice-presidente de vendas e marketing da Microsoft, entrevistado pelo Link na semana passada, admite: "O Wiimote é um aspecto importante nesta geração (de consoles), mas de modo algum ele nos impede de inovar em outras direções".

Mas especialistas na área dão como certo que, na próxima geração de consoles de videogame, as inovações introduzidas pela Nintendo serão assimiladas e desenvolvidas pelos concorrentes, e o seu foco no público casual será o fator responsável pela maior parte do crescimento da indústria.