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Um gigante das telecomunicações e do entretenimento está desembarcando em terras brasileiras. Caso de sucesso entre as companhias que se dedicam às tecnologias da comunicação na França, a Vivendi, agora proprietária de 57,5% das ações da GVT, é uma holding com 153 anos de experiência empresarial, que sobreviveu à bancarrota nesta década e agora demonstra fôlego de jovem adulto.
Uma prova de seu dinamismo: a SFR, maior bandeira do grupo na área de telecomunicações, multiplicou seu volume de negócios em 30 vezes em oito anos.


Vivendi, presidida por Jean-Bernard Levy, é hoje um dos símbolos da França que investe em novíssimas tecnologias - e se dá bem. A companhia ostenta marcas fortes em todos os segmentos. É número 1 em TV paga na França, com o Canal+, com 10,6 milhões de clientes; é a primeira em música, com o selo Universal Music Group; é líder em games, por meio da Activision; e é proprietário de duas empresas fortes na França e na África: a SFR, segundo maior operador celular e fixo do país, e Maroc Telecom.


Essa holding, ainda em formação por causa das múltiplas aquisições e vendas feitas na última década, registrou 25,3 bilhões em volume de negócios em 2008, e 4,9 bilhões em resultado operacional nos 77 países em que atua. Em meio à turbulência financeira, seus resultados foram 55% inferiores até setembro, mas grande parte por causa da aquisição da empresa de games Blizzard.


Ainda assim, alguns dos mais importantes indicadores do grupo continuam no azul: alta de 9,8% no volume de negócios, chegando a 19,5 bilhões no período. "O modelo da Vivendi, baseado nos planos de assinatura mensal, continua a demonstrar sua resistência no ambiente atual", disse Philippe Capron, diretor financeiro do grupo.


Se a Universal é o peso morto do conglomerado, duas outras empresas do grupo, Canal+ e SFR, demonstram maior dinamismo frente à crise. Das duas, Société Française du Radiotéléphone (SFR), criada em 1987, é a que servirá de exemplo à estratégia da companhia no Brasil. Com 56% do capital nas mãos da Vivendi- os demais 44% são da britânica Vodafone -, a empresa enfrenta concorrência voraz em Paris: a Orange, marca do operador histórico France Telecom. Em um cenário competitivo, em 20 anos a SFR deixou de ser filial de um grupo, o Cegetel, para adquiri-lo, e multiplicou seu volume de negócios por 30 em oito anos.


PREÇO ARRASADOR


É essa companhia, a fusão da SFR com os grupos Neuf e Cegetel - especializados em fornecimento de conteúdo pela internet -, que chega ao Brasil. E, a partir da rede de fibra ótica da GVT, deve chegar também um coquetel que revolucionou as comunicações na Europa: o triple play. Diferente do modelo praticado no Brasil, o triple europeu traz internet de alta velocidade, telefone fixo por IP (Internet Protocol) e televisão HD (alta definição), também por internet. Na França, o pacote se traduz por internet sem fio de até 20 mega de velocidade, ligações gratuitas para telefones fixos de 90 países, TV com alta definição com 140 canais incluídos e com disco rígido, que permite a gravação de programas e interage com o computador, além de vídeo sob encomenda com mais de 5 mil títulos. Resta saber se a companhia também planeja manter no Brasil o preço arrasador que pratica na Europa: 29 por mês.


Alain Argile, engenheiro de consultoria do banco Crédit Agricole, avalia que a aterrissagem no Brasil era uma oportunidade de expansão imperdível para o grupo. Um fator acentuou o apetite da empresa: a falta de outras opções tão atraentes como a GVT, empresa valorizada pelo crescimento anual de 31,1% da base de assinantes e de 40,2% da receita. "O Brasil é uma economia aberta, com cultura próxima dos grupos europeus. Isso torna o país mais atraente do que China, Rússia e Índia", disse ao Estado.

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