O caos aéreo que toma conta do país atingiu o setor de eventos em Florianópolis. Congressos foram cancelados ou transferidos, e os que estão acontecendo, registram queda no número de participantes. A presidente do Florianópolis Convention & Visitors Bureau (FCVB) - entidade que representa as empresas da área - Carmen Maria Peters, calcula que o número de cancelamentos esteja entre 30% e 40%. "No meu hotel, por exemplo, havia um evento de Campinas, São Paulo, que não vai mais acontecer. E não podemos fazer nada, afinal, a culpa não é deles", diz.
A dirigente explica que os prejuízos são grandes, principalmente para os hotéis, que deixam de faturar com o evento em si e também com a suspensão das hospedagens. O mais grave, segundo Carmen, é que ocorre um efeito cascata, já que o setor de eventos movimenta dezenas de empresas. "É o restaurante que não fará mais o jantar de confraternização, a empresa de transporte que não terá quem atender, a locadora de equipamentos que fica sem o serviço, o comércio que não receberá o turista, e assim por diante. Todos perdem", conta.
Uma alternativa à crise, segundo a presidente do FCVB, é o turismo de proximidade, ou seja, a captação de eventos e visitantes do próprio Estado, além do Paraná e Rio Grande do Sul, em que o transporte pode ser feito por via rodoviária. Neste sentido, o FCVB desenvolve um projeto intitulado "Venha Viver Florianópolis e Região", que consiste na divulgação da cidade pelo interior do Estado. O trabalho começou em março e já passou pelos municípios de Joaçaba e Jaraguá do Sul. Até o final do ano acontecerá em Joinville, Criciúma, Blumenau e Chapecó.
Nos hotéis de Florianópolis o clima é de apreensão, já que o turismo de eventos é o principal negócio da baixa temporada, respondendo por até 80% da ocupação. No Costão do Santinho Resort vários eventos nacionais e internacionais previstos para os próximos meses estão sendo cancelados. Já os que estão confirmados, registram queda de 70% no número de participantes, segundo o diretor comercial adjunto, Rafael Pires. "Só no mês de agosto, três mil pernoites deixarão de ocorrer", diz. Ele calcula que no segundo semestre a queda deva ser drástica, já que houve redução de 75% nos bloqueios para o período.
No Bristol Multy Castelmar Hotel dois eventos, que trariam 120 pessoas ao todo, já foram transferidos e houve queda de 20% na procura, de acordo com a coordenadora do departamento de eventos, Janaína Perez. "Ninguém quer marcar nada porque não sabem o que pode acontecer", afirma. Segundo ela, os eventos mantidos tiveram queda de pelo menos 15% no público esperado.
A situação também é crítica no Jurerê Beach Village, onde a queda na procura por eventos chega a 50% para os meses de agosto e setembro. O coordenador de eventos do hotel, Victor Chedid, conta que não houve cancelamento de eventos até agora, mas sim redução no público participante. Um exemplo é um congresso nacional de direito de energia, que reduziu o número de participantes de 180 para 150 e pode cair para 100. Para o segundo semestre a preocupação é grande, já que 80% da ocupação do hotel neste período é com eventos. "A saída será buscarmos eventos dos estados vizinhos", diz.
A preocupação do trade turístico não se limita ao turismo de eventos. Existe um forte temor de que a crise aérea se estenda até o final do ano e comprometa as viagens de final de ano e Verão. A presidente do FCVB, Carmen Maria Peters, que é proprietária do Hotel Baía Norte, conta que algumas reservas de Réveillon já foram suspensas.
O Costão do Santinho, por sua vez, vai reforçar a mídia nos mercados mais próximos: Sul do Brasil, São Paulo e Mercosul. "Haverá reforço de mídia nos mercados mais próximos, e os mercados nacional e internacional mais distantes ficarão em segundo plano. Estamos priorizando os clientes que chegam de carro ou ônibus", conta.
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