Na última semana foi divulgado o novo decreto para a pesca nos rios de Mato Grosso do Sul, que gerou um pouco de polêmica por conta da limitação de espécies e peso permitido para o pescado. Há quem acredite que essa decisão foi emergencial para os rios do Estado.
Clayton Yamazato, 40 anos, organiza um passeio de pesca assim que termina a piracema, desde 2011, mas foi na década de 80 que se apaixonou pela pesca esportiva, quando ainda era criança e saia para os rios na companhia do pai.
“Lembro quando eu pescava ainda menino, junto com meu pai, conseguíamos pegar belos exemplares. Ai foi diminuindo o estoque de pesqueiro no Estado. Essa medida foi extremamente necessário para preservação da pesca”, disse Yamazato em entrevista para O Pantaneiro.

Para ele, a pesca esportiva não é simplesmente o capturar o animal, o legal está na preparação da confraternização com todos os amigos envolvidos, a compra do melhor material e escolha do local que será a pesca.
“A grande maioria das pessoas que têm a pescaria como paixão não está se importante em trazer peixe algum. Quem realmente ama a pescaria deseja preservar e cada vez mais poder ir, fazer as fotos e vídeo para ter histórias para contar para os filhos e netos. Mas existe a classe totalmente extrativista, que só extrai e não colabora para que a natureza consiga se recompor. Se isso continuar, a pesca vai ficar cada vez mais difícil”, destaca o pescador.
O empresário Guilherme Oshiro Taira, 35 anos, pratica a pesca esportiva há uma década. Foi na última pescaria, acompanhando Yamazato, no Rio Aquidauana, região de Rochedo, que ele capturou um jaú de quase 65kg, praticamente do seu tamanho.
Ele também defende a preservação do pescado em Mato Grosso do Sul. “Esse decreto é o pontapé inicial para preservação e conscientização, que vários pescadores vão aderir. Com isso, os peixes nos nossos rios vão aumentar e alavancar o turismo”, pontuou Guilherme.
Ribeirinhos
Conforme explicou o Jornal Midiamax, a Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Produção e Agricultura Familiar) estima que mais de 1,5 mil famílias ribeirinhas se alimentam do pescado extraído do rio que vivem às margens.
Essas famílias, segundo a lei, poderão pescar e levar um exemplar de peixe para consumo em casa ou também poderão comer qualquer quantidade na beira do rio. É permitida a pesca e transporte de peixes das seguintes espécies: apairi, bagre africano, black bass, carpa, corvina ou pescado-do-piauí, peixe-rei, sardinha-de-água-doce, tilápias, tambaqui, tucunaré e zoiudo.
Fica para a PMA (Polícia Militar Ambiental) a responsabilidade de fiscalizar os rios. A multa para quem desobedecer as novas regras podem variar de R$ 700 a R$ 100 mil.
Neste decreto é detalhado que o pescador profissional pode pescar até 400 kg de peixe, mas agora deverão respeitar o tamanho máximo de cada espécie. Confira a lei da Cota Zero clicando aqui.