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Turismo

Restauração do prédio Wanderley & Baís foi entregue ontem

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura de Corumbá entregaram nesta terça-feira, às 15h, a obra de restauração do telhado e da fachada do prédio Wanderley & Baís, um dos mais expressivos casarões que integra o conjunto arquitetônico da cidade.


O investimento de R$ 192 mil, com recursos do Programa Monumenta, por meio de convênio com a Prefeitura de Corumbá, possibilitou a implantação do Museu de História do Pantanal (Muhpan), em fase final de montagem, sob a gestão da Fundação Barbosa Rodrigues (FBR).


Construído em 1876, o Wanderley & Baís funcionou como um dos principais armazéns do Porto Geral e foi sede da 14ª agência do Banco do Brasil, instalada em Corumbá em 1916. O prédio pertence ao município e foi cedido para instalação do museu.


O Museu
Em fase final de instalação, o Museu de História do Pantanal contará a ocupação da região por oito mil anos, reunindo no rico acervo material doado que data da pré-história ao período pré-colonial, da Guerra do Paraguai, cerâmicas indígenas e peças arqueológicas, além de fotografias, cartografias e documentos que registram a colonização da fronteira.


O objetivo é proporcionar ao visitante uma viagem ao passado. O tema de uma de suas salas são os 10 pantanais, representados por painéis pelo chão mostrando a beleza da fauna e flora. Acervos fotográficos, peças arqueológicas, peças de cerâmicas e telas pintadas por artistas da região, também estarão expostos.


"Temos um espaço reservado somente para acervos doados pela comunidade, fotos, objetos de época, tudo que possa ajudar a contar a história do homem pantaneiro. Estamos aceitando doações, queremos que a comunidade participe e contribua conosco", destaca o arquiteto responsável pela obra, Nivaldo Vitorino.


A característica mais marcante do museu é contraste entre o novo e o antigo. Um mesclado entre antiguidade e tecnologia. Ele divide-se em duas etapas, antes e depois da chegada dos colonizadores europeus.


Para destacar essa transição, o arquiteto explica que foi construída uma sala de projeção de vídeo arte para dividir esse dois momentos, representando o encontro da população nativa indígena e os colonizadores europeus do século 18. Mostra ainda a receptividade dos índios xaraes e a ganância dos colonizadores.


O passeio pelo museu termina em mais uma sala de projeções. "É uma sala de reflexão, que proporciona as pessoas um estado de contemplação. É exibido um filme de oito minutos, que mostra as águas do Pantanal, que é a maior riqueza desse lugar", explica o arquiteto.


A montagem do museu custará R$ 5 milhões e foi viabilizada por meio da Lei Rouanet, que concede benefícios fiscais a empresas que financiam atividades culturais. O trabalho é patrocinado pela Petrobras e pelo Grupo Votorantin, com supervisão do Iphan, gestão da Fundação Barbosa Rodrigues e parceria da Prefeitura de Corumbá.


"Foi um ano e meio deste a primeira idéia até a conclusão do trabalho. Não tivemos muitas dificuldades, pois o povo do Pantanal entendeu a importância desse museu e nos deu muito apoio", afirma Nivaldo.

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