O mais famoso gênero musical nacional foi reconhecido ontem patrimônio cultural do Brasil. O samba carioca ganhou o título em reunião do Conselho Consultivo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), no Palácio Gustavo Capanema, no Rio.
Em 2005, o samba-de-roda da Bahia foi declarado pela Unesco "obra-prima do patrimônio oral e imaterial da humanidade". O samba carioca pode pleitear o mesmo status.
O tombamento não traz mudanças imediatas, mas é um estímulo para que a história do gênero entre em currículos escolares e seja alvo de projetos de documentação.
O Iphan avaliou dossiê feito durante dois anos por uma comissão criada pelo Centro Cultural Cartola, proponente do tombamento. Foram colhidos depoimentos, escritos textos, montado um banco de dados e editado um documentário.
"O samba é um fator de identidade nacional, mas os brasileiros desconhecem a história do samba. Foi e é um movimento político e social importante", afirma Nilcemar Nogueira, vice-presidente do centro cultural que leva o nome do avô.
Além de Nilcemar, atuaram na comissão os pesquisadores Lygia Santos, Rachel Valença, Helena Theodoro e Aloy Jupiara, com a consultoria de Sérgio Cabral, Nei Lopes, Roberto Moura, Carlos Sandroni, Felipe Trotta e João Baptista Vargens.
Oficialmente, o samba carioca nasceu em 1917, com o sucesso de "Pelo Telefone". A estrutura do samba como conhecemos hoje, centrada no violão e nos instrumentos de ritmo, surgiu no bairro do Estácio de Sá (centro do Rio), nos anos 20, e logo se disseminou por outras áreas do cidade, como Mangueira, Vila Isabel (zona norte) e Madureira (idem). Tornou-se o gênero nacional por excelência ao ser difundido pelo rádio.
Na visão do Iphan, "a preservação da tradição do samba no Rio de Janeiro foi pensada de forma a retomar a prática espontânea, de improviso, sem limitar a transmissão do saber às aulas das escolas de samba".
Entre as outras manifestações que são patrimônio cultural do Brasil estão o frevo, o jongo, o Círio de Nazaré, a Feira de Caruaru, a tradição das baianas que fazem acarajé e o ofício das paneleiras de Goiabeira, em Vitória (ES).
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