O setor de viagens e turismo deposita no fim do ano a esperança da retomada de um cenário mais promissor, sobretudo para o mercado doméstico, que deve amargar perdas de 20% nos pacotes turÃsticos neste ano em relação a 2006. As promoções devem ser uma alternativa de agências e companhias aéreas para aumentar as vendas e sair da crise.
"Há muitas agências e operadores de turismo fazendo promoções, como a de dois por um. Quanto o cliente paga o pacote para um, mas viajam dois. Elas devem se sustentar, pelo menos, até o inÃcio de novembro", diz Leonel Rossi Jr., diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem).
A concorrência entre as companhias aéreas também deve trazer benefÃcios para os turistas, que são disputados na tentativa de retomar a confiança no sistema após o apagão aéreo, quando milhares de passageiros passaram horas e dias nos aeroportos no final de 2006, e o acidente com o avião da TAM, em julho deste ano.
"No mercado doméstico, as companhias aéreas baixaram os preços visando a retomar a confiança do consumidor. Há empresas com vôos mais baratos que o transporte rodoviário", diz o professor Domingos Spezia, pesquisador do Centro de Excelência em Turismo da Universidade de BrasÃlia. Para ele, o setor aéreo dá sinais de "normalização" das operações. "São estÃmulos para ter o usuário de volta. Até por isso, acredito na retomada do mercado até o final do ano."
Ainda assim, a Abav estima queda entre 15% e 20% para as vendas desde fim de ano em relação ao mesmo perÃodo do ano passado. "O primeiro semestre foi muito conturbado. Se perdeu muito. A queda nas vendas de pacotes domésticos foi de 25%", explica Rossi Jr. O prejuÃzo só não foi maior devido ao aumento de 12% das vendas de pacotes e passagens internacionais, favorecidas pela desvalorização do dólar e pela estabilidade econômica. "Há quatro anos, uma passagem de US$ 1 mil custava R$ 3 mil. Hoje, sai por R$ 1,8 mil", diz.
A valorização do real também exerceu reflexos positivos sobre o faturamento das agências e operadoras de turismo. Conforme o presidente da Braztoa (Associação Brasileira dos Operadores de Turismo), José Eduardo Barbosa, a receita das agências deve crescer entre 10% e 15% neste ano.
"Com a economia estável e o real valorizado, a tendência foi o brasileiro viajar e gastar mais no Brasil e, mais significativamente, no exterior", disse Barbosa. "Pelo faturamento, o ano vem bem para as agências, puxado pela migração do turismo doméstico para o internacional."
Para a presidente da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), Jeanine Pires, o setor está em fase de acomodação e há iniciativas de minimizar o impacto do câmbio no turismo doméstico, como o programa "Viaja Mais, Melhor Idade", que oferece crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS e pessoas com mais de 60 anos.
"O ano inteiro foi atÃpico por conta da redução da oferta de assentos desde a saÃda da Varig do mercado e o câmbio. Por outro lado, no final do ano, há a expectativa de recuperar os visitantes com ofertas melhores e reacomodação dos pacotes", disse Pires.
Com o dólar em baixa, mesmo quem planejava viajar pelo Brasil aproveitou o preço mais favorável para o exterior e mudou o destino. "Os vôos domésticos foram mais afetados neste ano, devido ao câmbio e à crise aérea [desde o fim do ano passado]. Os vôos internacionais só foram mais afetados após o acidente da TAM [em julho]", explicou Barbosa.
A boa fase da economia ajudou ainda o mercado de passagens aéreas, vendidas isoladamente, segundo Rossi Jr. "As passagens tiveram alta nas vendas de 7%, porque entre 60% e 70% são vôos de negócios, que aumentam com a expansão da economia. Os empresários e os executivos não deixam de voar por causa da crise aérea."
Quem também surfou na crise dos aeroportos e na valorização do real foram os cruzeiros marÃtimos. Segundo Rossi, Jr., entre 60% e 70% das vagas oferecidas em navios já estão vendidas. Neste verão, pelo menos 14 navios deverão atracar no litoral brasileiro. "Os navios são uma novidade para o turista brasileiro e também passaram a ter custos mais baixos", afirmou Barbosa.
Segundo Barbosa, despontam como os principais destinos neste verão os resorts do Nordeste brasileiro, o Uruguai e a Argentina (Bariloche e Buenos Aires, principalmente), Cancun, Aruba, República Dominicana e Cuba. Além dos pacotes para o Nordeste, Rossi Jr., da Abav, também aponta o litoral do Rio e de Santa Catarina como os mais procurados durante as festas de fim de ano e férias de verão.
E ele dá uma dica de economia: "É melhor evitar os resorts do Nordeste na alta estação, que lotam mais facilmente. No fim de ano, os preços ficam proibitivos. É preferÃvel deixar passar o ano-novo, que os preços caem pela metade", diz.
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