Se o turismo fosse um país, figuraria como o quarto maior poluidor de CO2 do mundo, à frente do Japão e da Alemanha. Dados publicados ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que o setor gere 5% de todas as emissões no mundo (1,3 milhão de toneladas) e que, em 2035, os valores irão dobrar. "No futuro, o maior desafio para o turismo será o clima", diz o texto. Desde ontem, em Davos, ministros de todo o mundo, especialistas e organizações internacionais tentam elaborar uma estratégia que torne o setor compatível com as preocupações climáticas. Só o transporte corresponde a 75% das emissões do turismo.
Hoje, o turismo internacional gera US$ 800 bilhões, US$ 205 bilhões nos mercados de países em desenvolvimento. Para 45 governos do Caribe e outras regiões menos favorecidas, responde por 40% do PIB. O Fórum Econômico Mundial estima que o setor é o que mais cresce no mundo. Segundo a Organização Mundial do Turismo, o número de passageiros internacionais dobrará até 2020, chegando a US$ 1,6 bilhão/ano.
O que preocupa os especialistas é que, em 30 anos, as emissões vão dobrar se nada for feito. Nesse cenário, o setor aéreo representará 52% das emissões, algo que não seria compatível com as metas mundiais. Mas, se todas as novas tecnologias disponíveis forem adotadas, a possibilidade é que as emissões sejam reduzidas.
Os europeus sugerem que o setor aéreo estabeleça limites e pague altas taxas se passar de um teto a ser criado, mas encontra a resistência de países emergentes, como o Brasil. Assim como em outras áreas, o governo quer evitar que turismo e companhias aéreas adotem, por enquanto, tetos para a emissão de gases-estufa.
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