A brigada foi formada em setembro
Em área prioritária de conservação e proteção no Pantanal, o Território Indígena Guató em Mato Grosso do Sul, onde está a Aldeia Uberaba, passou a ter uma brigada exclusiva.
A Brigada Uberaba foi formada neste mês de setembro e conta com 24 mulheres e homens da aldeia. O trabalho de formação e aparelhamento envolveu uma força-tarefa conjunta do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Aldeia Uberaba, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) – Coordenação Regional da FUNAI de Campo Grande, Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio da ADM, líder em comercialização de grãos, insumos, nutrição humana e animal.
Os brigadistas da Aldeia Uberaba agora formam três esquadrões e estão capacitados para realizar ações de prevenção a incêndios florestais no território, bem como realizar os primeiros combates no caso de registro de fogo. A capacitação deles também envolveu treinamento com noções básicas de resgate animal para permitir um primeiro atendimento caso encontrem espécies feridas durante o registro de incêndios florestais.
O TI Guató fica localizado no extremo norte de Mato Grosso do Sul, após a Serra do Amolar, em região de fronteira com a Bolívia e divisa com o estado de Mato Grosso. Por se tratar de uma área isolada, a capacitação dos moradores da comunidade indígena representa em um reforço para ações de conservação e proteção dos moradores locais, com impacto direto em mais de 100 famílias. Para chegar nesse local, a viagem de barco pode demorar mais de 8 horas rio Paraguai acima, a partir de Corumbá (MS). Outro meio é somente por via área.
O presidente do IHP, Ângelo Rabelo, reforça que a união de esforços garante uma ampliação nas atividades para prevenção dos incêndios. “O território Guató há décadas não tem registro de incêndios, mas enfrentamos um momento crucial de mudanças climáticas e extremos. É necessário haver uma preparação ainda maior para evitar registros de incêndios e ter mulheres e homens equipados e aptos a atuar. Trata-se de um trabalho conjunto emblemático de respeito ao histórico de proteção que os Guatós desempenham no Pantanal, como povo das águas que são.”
O coordenador regional da FUNAI de Campo Grande, Elvisclei Polidorio, acompanhou a formação, que aconteceu entre os dias 11 e 14 de setembro. “Essa formação dos indígenas para prevenção das queimadas no Pantanal é muito importante porque a comunidade ganha com essa parceria. Ela passa a ter mais instrumentos para poder proteger o seu território”, destaca.
A professora na escola da aldeia João Quirino de Carvalho – Toghopanãa, Jorcimari Picolomini da Costa Rodrigues, conta que a presença permanente da Brigada Uberaba soma esforços na educação ambiental de estudantes e da comunidade. “Nós já trabalhamos com a educação ambiental e essa formação veio para fortalecer e ajudar ainda mais os nossos conhecimentos. Vamos estar mais preparados para proteger nossas casas. Representa em um valor muito grande para toda a comunidade.” A professora também se tornou uma brigadista.
Luiz Carlos Souza Alvarenga foi formado como brigadista e diz que a criação de uma brigada própria na Aldeia Uberaba representava uma luta antiga, que foi conquistada. “Esse aprendizado com o Prevfogo e demais instituições, como o Instituto Homem Pantaneiro, a FUNAI, com a comunidade muito presente, é de suma importância. Representa a realização de um sonho da comunidade.”
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