Onça morta pelo fogo foi encontrada na propriedade do Recanto Ecológico Caiman
Filhotes de onça carbonizados / Redes sociais
Os incêndios que assolam o Pantanal têm desencadeado uma tragédia ambiental de proporções devastadoras. Recentemente, o biólogo Gustavo Figueiroa, atuante nas Brigadas Pantaneiras, reportou a morte de pelo menos três onças-pintadas em decorrência das chamas. Este triste episódio incluiu o encontro de dois filhotes carbonizados em Aquidauana e outra onça no Recanto Ecológico Caiman, em Miranda, destacando a severidade do impacto sobre a vida selvagem.
A onça-pintada, como predador de topo de cadeia, desempenha um papel crucial na regulação dos ecossistemas pantaneiros. Sua capacidade de locomoção e adaptação é essencial para a manutenção do equilíbrio ambiental. No entanto, as queimadas não apenas ameaçam diretamente esses animais, mas também afetam outras espécies vulneráveis. O estudo "Respostas de mamíferos neotropicais a megaincêndios no Pantanal brasileiro", publicado recentemente, alertou para os efeitos deletérios dos incêndios frequentes e intensos na distribuição e persistência das espécies.
Em particular, o tatu-canastra emergiu como uma das espécies mais afetadas, devido à sua dificuldade em escapar das queimadas devido às suas tocas e sua baixa taxa de reprodução. Os megaincêndios, caracterizados pela alta temperatura do solo e inalação de fumaça, resultaram em elevadas taxas de mortalidade para esses animais, comprometendo ainda mais a biodiversidade única do Pantanal.
Além dos impactos imediatos sobre a fauna, as queimadas também têm implicações profundas para o ecossistema como um todo. A mudança climática, com seu padrão de secas prolongadas e aumento na frequência de incêndios, exacerbou ainda mais a vulnerabilidade do bioma. Áreas extensas já foram devastadas em 2024, com o Recanto Ecológico Caiman relatando que 80% de suas terras foram atingidas pelas chamas em julho, obrigando a suspensão de atividades de ecoturismo.
No front de combate às queimadas, as Brigadas Pantaneiras e o Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal (Gretap) desempenham um papel crucial. Esses grupos, compostos por profissionais dedicados, enfrentam enormes desafios logísticos e climáticos para salvar a fauna local. O resgate e reabilitação de animais silvestres, coordenados pelo Governo de Mato Grosso do Sul, são essenciais para mitigar os danos causados pelos incêndios.
Em suma, a crise atual no Pantanal não é apenas uma questão ambiental, mas também um chamado urgente para ações coordenadas de conservação e prevenção. Proteger o Pantanal significa preservar não apenas um patrimônio natural de valor inestimável, mas também garantir um futuro sustentável para as gerações futuras e para a diversidade única que habita esse ecossistema singular.
*Com informações da Agência Brasil.
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