Wagner Guimarães/TV ALEMS
Para combater notícias falsas ou distorcidas, sites de instituições públicas em Saúde de Campo Grande, Dourados, Corumbá e do Estado de Mato Grosso do Sul passarão por processo de certificação da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para obtenção do selo de qualidade Sérgio Aroucas, que atesta a confiabilidade das informações disponibilizadas.
O encaminhamento é resultante de reunião realizada ontem (25), de forma remota, entre representantes da fundação e da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Tríplice Epidemia: Dengue, Chikungunya e Zika, coordenada pelo deputado estadual Renato Câmara (MDB).
Pesquisador e coordenador do Laboratório Internet, Saúde e Sociedade da Fiocruz, André Pereira Neto explicou os sites das instituições listadas passaram por prévia análise, mas, para a certificação, aspectos técnicos também precisam ser avaliados, entre eles, legibilidade, interatividade, abrangência e acurácia.
Cada critério tem seus próprios indicadores. “Nós avaliamos e vemos se as respostas para cada critério estão no site”, especificou.
A partir dessa análise, é feito um diagnóstico que mostra pontos fortes e fracos das páginas estudadas. A Fiocruz indica à instituição as áreas a serem reformuladas para que se conquiste o selo de qualidade. “É uma obrigação do Poder Público ter site e informação de qualidade”, defendeu o pesquisador. A Fiocruz realiza pesquisas em diferentes sites de instiuições públicas de saúde de todo o Brasil. Além das páginas sobre Covid-19, a Fundação também pesquisa outros temas como dengue, tuberculose e leishmaniose.
Para ele, a certificação dos sites assegura a qualidade dos conteúdos. “Qualidade na informação previne doenças, favorece adesão à tratamento, estimula o autocuidado, promove saúde e diminuiu atendimento desnecessário. Isso reflete no orçamento público. Há relação entre informação de qualidade e gasto do dinheiro público”, destacou.
André acredita que a certificação pode ajudar no combate às fake news na área da saúde. “Estou propondo certificar sites de saúde. Chamar para Poder Público a responsabilidade pela informação. Defendo isso há 12 anos. Vivemos em uma confusão pelo excesso de informações e pelas dificuldades que temos em discernir o falso do verdadeiro”, disse.
Fake News na saúde
O coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Wagner Robson Manso de Vasconcelos, proferiu durante a live a palestra “Fake news em saúde: como reconhecer e agir”.
O profissional definiu fake news como conjunto de conteúdos que variam de informações completamente erradas a informações corretas, mas descontextualizadas. Segundo ele, a disseminação de falsas informações não é uma novidade na evolução dos seres humanos.
“As falsas informações existem desde que o homem disputa espaço aqui na crosta terrestre. Sempre existiram. A novidade é a velocidade com que essas informações se propagam: à velocidade de um clique", pontuou. Ele explicou que as falsas informações mais comuns na área da saúde dizem respeito a vacinação, alimentos milagrosos e medicamentos.
Vasconcelos destacou que com o início da pandemia muitas fake news surgiram em nome da Fiocruz. “Quem trabalha com ciência sabe que as informações das pesquisas são transitórias. Muitas informações ultrapassadas se transformaram em fake news por essa razão”, disse.
Para não cair nessas armadilhas, o coordenador elencou sete passos que ajudam a identificar uma informação falsa: ler a notícia inteira; analisar se o texto parece exagerado; atentar-se para informações vagas; checar a data da publicação; ter certeza de que a imagem é verdadeira; saber se a informação foi dada nos veículos profissionais de imprensa; e checar a fonte.
“Todos nós somos responsáveis pela nossa saúde e por aqueles que nos cercam. Se conseguirmos pensar assim, teremos mais cuidado ao compartilhar informações", alertou. O profissional também destacou a importância da participação do Legislativo nas ações contra fake news. “É bom ver o Parlamento discutir a saúde sob a ótica da comunicação”, frisou.
A pesquisadora da Fiocruz, Ana Guerrero, também falou sobre o apoio da Casa de Leis ao tema. “Quero agradecer a Assembleia Legislativa por ter essa iniciativa de trazer essa discussão atual e importante para a saúde pública. Estamos na era da informação rápida e que está na mão de todos, temos que nos preocupar com o uso racional das informações disponíveis”, afirmou.
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